É comum ouvirmos que as pessoas odeiam política, que o País não tem mais jeito. O desenho de um cenário apocalíptico que, infelizmente, só beneficia quem já usufruiu de toda essa estrutura historicamente degradada. Afinal, operações como a Lava Jato criarão um vão que, mais cedo ou mais tarde, será reocupado pelos velhos nomes de sempre ou seus descendentes e aliados mais próximos.
A não ser que haja uma reação de quem realmente se identifica com princípios éticos e tem apreço pelo bem coletivo. Para isso, é necessário compreender que a política, em si, não é ruim. Pelo contrário. É o meio pelo qual se pode melhorar determinada realidade. É a arte de dirimir conflitos. É esse sentido que precisa ser resgatado. Para isso, faz-se urgente que coloquemos nossos medos e aversões de lado em troca de um objetivo urgente: a salvação do Brasil.
Reclamar, esbravejar e fazer “textão” no Facebook têm lá sua relevância, mas é preciso ir além. O momento exige ações concretas de empoderamento. Se a política está podre, é porque também fomos omissos. Temos a nossa parcela de culpa nesse estrago quando, por exemplo, votamos em um candidato e, um mês depois, não lembramos mais em quem. Você não é obrigado a se filiar a um partido ou algo parecido. Basta apenas exercer seus direitos e deveres de cidadão. O que não significa, claro, que não precisemos de novas lideranças.
Nosso sistema é representativo e demanda por perfis qualificados na ponta. E, não tenho dúvidas, o Brasil está repleto deles. Basta apenas quebrar essa barreira de preconceito para que outro caminho seja construído. O fundamental é sair da letargia. Precisamos de outros “Édipos” com coragem para vencer o “demônio de destruição” que assola o País. Vamos amar a política. Ou seremos devorados.
Ítalo Coriolano
italocoriolano@gmail.com
Jornalista do O POVO