Tal é a atual conjuntura brasileira, a enredar a razão em labirintos e a fazer com a que história se repita, como tragédia e como farsa, pois – aquilo que o historiador Hélio Silva observava no que concerne aos “carcomidos” da República Velha -, agora também se observa: “nos campos opostos, com poucas exceções, quase todos apostolavam as mesmas ideias e praticavam atos semelhantes”. Visto que a falta de ideias politicamente virtuosas parece ser a tônica do momento, restam os “atos semelhantes”, os quais perfazem um estilo de fazer política oligárquico e antirrepublicano, comprometendo a atuação das lideranças dos principais partidos políticos e marcando negativamente a presidência da República e o Congresso Nacional.
Não à toa, tem-se boa parte da elite política – à esquerda, à direita e ao centro do espectro - e uma amostragem significativa do dito moderno capitalismo brasileiro frequentando as delegacias de polícia e as varas judiciais. E, para culminar, o presidente da República, o do Senado Federal e o da Câmara dos Deputados encontram-se sob investigação por crime comum, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.
De qualquer modo, o encaminhamento de solução para problemática tão confusa e tão trágica só tem um caminho venturoso, o da aplicação dos dispositivos da Constituição Federal, sob a pressão e fiscalização da sociedade civil. Em outros termos e no que diz respeito à sucessão presidencial, a previsão é de eleição pelo Congresso Nacional, em caso de vacância da presidência da República, e de manutenção do calendário eleitoral do próximo ano.
Filomeno Moraes
filomenomoraes@uol.com.brProfessor universitário