Muito se discute acerca da corrupção, mas pouco se fala de seus males. Segundo o estudo da OCDE, o dinheiro anual destinado à corrupção é metade de tudo de que o mundo precisa para garantir uma infraestrutura adequada a seus cidadãos até 2030. Infraestrutura significa mais educação, mais saúde, habitações dignas, mais empregos e mais alimentos.
Dono de uma das maiores economias do mundo, o Brasil contribui significativamente para essa conta. Segundo o último “índice de corrupção” divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil é a quarta nação mais corrupta do mundo, atrás apenas do Chade, da Bolívia e da Venezuela, que lidera o ranking.
Sempre que se falar em pobreza e desigualdades, é importante que relacionemos esses graves problemas sociais não somente a falhas estruturais na economia, mas também à cultura da corrupção que, a julgar pelas investigações colocadas em prática no Brasil, assumiu patamares espantosos.
Ao longo do tempo, o mundo vem adotando uma série de medidas que atacam de forma decisiva o funcionamento desta “indústria”. A mais relevante é a cooperação internacional que torna cada vez mais difícil manter escondidas contas em paraísos fiscais e bancos estrangeiros. Outra medida importante é a adoção de leis que facilitam a delação por iniciativa das próprias empresas envolvidas em casos de corrupção.
Centro das atenções mundiais por causa dos casos de corrupção investigados em diversas operações, o Brasil ainda precisa adotar medidas mais firmes. Afinal, a promiscuidade entre o público e o privado, o baixo índice de transparência, o excesso de regulações e a burocracia foram o caldo para a proliferação de corruptos.