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Henrique Sérgio Abreu: "Praia do Futuro: A hora de ser radical"
Opinião

Henrique Sérgio Abreu: "Praia do Futuro: A hora de ser radical"

Edição Impressa
Tipo Notícia Por

Henrique Sérgio Abreu

hsergio@casablancaturismo.com.br

Empresário


Sábado 25 de março, li três posicionamentos sobre a beira-mar da Praia do Futuro. A Academia, o capital e o Direito enveredaram pelo passado bucólico, pela dificuldade da convivência e pela flexibilidade legal. Ativeram-se ao “como” sem passar pelo “quê” para recomendar equilíbrio, diálogo e equanimidade. Ouso propor a radicalização total para três vetores radiais e divergentes que precisam ser confrontados: sociedade, economia e natureza. Se romper qualquer dos três, veremos a repetição do desastre de hoje com outras configurações.


Fui o primeiro secretário do Turismo de Fortaleza, entre os anos de 2005 e 2008, e tive a oportunidade de conviver com estes mesmos três segmentos no palco da Procuradoria Geral da República. Parecia diálogo de surdos: “Vais pra praia? Não, vou pra praia. Ah, pensei que ias pra praia”. Quando levei o assunto para o Conselho Estadual de Turismo, foi “água na fervura”. Todo esforço, com o apoio do procurador Francisco Macêdo, foi em vão. Faltou disposição para radicalizar ou talvez não estivéssemos maduros, mas, segundo Vitor Hugo, nada é tão poderoso quanto uma ideia cujo tempo chegou. E parece que é agora.


Se brigar com a natureza não tem amanhã, brigar com a economia não tem hoje, e brigar com legítimos interesses da sociedade tem hoje e amanhã em permanente briga. É preciso que o oxigênio de todos os interesses tratados com transparência enfrentem-se pela aplicação de técnicas disponíveis para tal. Participei do primeiro Orçamento Participativo da Administração Luizianne Lins. Excelente jantar para servir no café da manhã, como se fosse possível estabelecer prioridades antes de lhes apresentar oportunidades viáveis. Muito se aproveitou, é verdade, mas foram pedaços de um todo sem consistência sistêmica.


Estas técnicas existem e foram exaustivamente testadas noutras cidades e já aplicadas aqui mesmo, com sucesso, tanto no âmbito municipal como no estadual. Em vez de contemporizar, é preciso disposição para ir ao fundo dos interesses. Os claros e os dissimulados. Os legais e os legítimos. Os de curto e de longo prazo.


Que ninguém ganhe, a expensas do outro, para que todos possam ganhar sucesso com longevidade. E a (re)construção será feita de forma a gerar lucros com pequenos, médios e grandes empreendimentos, com respeito às leis ambientais e sem expulsar nenhum habitante historicamente estabelecido na Praia do Futuro.

Caranguejo, segurança e trabalho para todos!

 

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