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Líderes querem Jerusalém como capital da Palestina
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Líderes querem Jerusalém como capital da Palestina

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, anfitrião da cúpula de mais de 50 países muçulmanos em Istambul, disse que a medida dos Estados Unidos significa que Washington abdicou de seu papel de mediador da paz
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Líderes muçulmanos, reunidos na capital turca, rejeitaram ontem o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel e pediram que o mundo responda reconhecendo Jerusalém Oriental como capital da Palestina.


O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, anfitrião da cúpula de mais de 50 países muçulmanos em Istambul, disse que a medida dos Estados Unidos significa que Washington abdicou de seu papel de mediador dos esforços para encerrar o conflito israelense-palestino.


“De agora em diante, está fora de questão os tendenciosos EUA serem um mediador entre Israel e a Palestina, este período acabou”, afirmou Erdogan ao final da reunião dos países-membros da Organização para a Cooperação Islâmica. “Precisamos debater quem será o mediador de agora em diante. Isso precisa ser tratado na ONU também,” ressaltou.


Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores turco disse que os emires, presidentes e ministros reunidos em Istambul veem a ação de Trump “como um anúncio da retirada do governo dos EUA de seu papel de patrocinador da paz”.


A entidade descreveu a decisão como “um solapamento deliberado de todos os esforços de paz, um ímpeto (por) extremismo e terrorismo e uma ameaça à paz e à segurança internacionais”.

Líderes como o presidente palestino, Mahmoud Abbas, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, e o rei Abdullah, da Jordânia, aliada próxima dos EUA, criticaram a medida norte-americana. “Jerusalém é e sempre será a capital da Palestina”, disse Abbas, acrescentando que a decisão de Trump foi “o maior dos crimes” e uma violação da lei internacional.


A gestão Trump diz continuar comprometida a alcançar a paz entre israelenses e palestinos e que sua decisão não afeta as fronteiras ou o status futuro de Jerusalém.


Além disso, sustenta que qualquer acordo de paz futuro plausível colocará a capital israelense em Jerusalém e que é preciso descartar políticas antigas para ressuscitar o processo de paz, interrompido desde 2014.


Mas Abbas disse que Washington mostrou que não pode mais ser um intermediário honesto. Jerusalém, reverenciada por judeus, muçulmanos e cristãos, está no cerne do conflito israelense-palestino há décadas.


Israel capturou a árabe Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, de 1967, e a anexou, numa ação jamais reconhecida internacionalmente. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que Washington tem um papel insubstituível para desempenhar na região. (Agência Brasil)

 

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Solução para a crise


O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, disse ontem que seu país defende uma "solução política" para solucionar as crises do Oriente Médio e que a prioridade deve ser a questão palestina, após a decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. "O reino pede uma solução política para as crises da região, e com prioridade para a questão palestina e para a recuperação para o povo palestino dos seus direitos legítimos, entre eles, o direito de estabelecer seu Estado independente, cuja capital é Jerusalém Oriental", declarou Salman em discurso no Conselho da Shura (órgão consultivo saudita), em Riad.

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