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Prisão de líderes separatistas leva milhares às ruas de Barcelona
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Prisão de líderes separatistas leva milhares às ruas de Barcelona

Uma multidão tomou as ruas de Barcelona, ontem, solidarizando-se a Jordi Cuixart e Jordi Sánchez, presos pelo governo da Espanha um dia antes
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Duzentas mil pessoas protestaram ontem em Barcelona contra a prisão de dois líderes separatistas, segundo cifras fornecidas pela Polícia municipal. Aos gritos de “independência”, a multidão marchou pelo centro da cidade, pedindo a libertação de Jordi Cuixart e Jordi Sánchez, das organizações Òmnium Cultural e Assembleia Nacional Catalã, e presos sob acusação de sedição. De repente a multidão fez um silêncio tão profundo que se chegou a ouvir o barulho de um telefone celular.


À frente dos manifestantes, que seguravam velas ou cartazes pedindo a libertação dos “prisioneiros políticos”, alguém leu um manifesto, assegurando que “o Estado espanhol ultrapassou uma linha vermelha” e “cometeu um grave erro” ao ordenar estas prisões.


Contexto

O encarceramento de Cuixart e Sánchez foi o mais recente capítulo da crise que confronta líderes separatistas e as instituições espanholas. Os primeiros ameaçam declarar a independência desta rica região de 7,5 milhões de habitantes do nordeste da Espanha.

 

Embora a sociedade catalã esteja dividida quase em partes iguais sobre a independência, os separatistas acreditam que sua causa foi legitimada pelo referendo ilegal realizado em 1º de outubro, que dizem ter vencido com 90% dos votos e 43% de participação.


“Os corruptos seguem nas ruas e as pessoas que organizam manifestações civilizadas, pacíficas, são postas na prisão”, declarou, em catalão, Maria Miracle, uma manifestante de 77 anos que se negava a falar espanhol.


“O que estão fazendo é nos assustar, eles querem que tenhamos medo para que deixemos de pensar na independência”, disse Elias Houraiz, um confeiteiro de 22 anos.


Milhares de catalães também participaram ontem de diversas manifestações pacíficas, convocadas em outras cidades da região.


A Òmnium Cultural foi criada em 1961 para defender a língua catalã, cujo uso oficial havia sido proibido pela ditadura de Francisco Franco (1939-1975).


A Assembleia Nacional Catalã foi constituída, por sua vez, em 2011, e conseguiu colocar sob o signo do separatismo a tradicional marcha da Diada, o Dia da Catalunha, em 11 de setembro de 2012.

 

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