Como esperado, Angela Merkel foi reeleita para seu quarto mandato como chanceler da Alemanha, se consolidando como a líder mais experiente do Ocidente e a única a se comparar com Vladimir Putin, da Rússia.

Sua vitória, entretanto, foi atenuada com a entrada do Alternativa para a Alemanha, ou AfD no parlamento alemão, pela primeira vez em mais de 60 anos. Com proximamente 13% dos votos, o partido de extrema-direita representa uma demonstração significativa da ira dos eleitores sobre temas de imigração e trabalho.

O resultado nas urnas é o efeito da cobrança e da memória dos eleitores alemães. Há quatro anos quando estava em campanha para seu terceiro mandato, Merkel tinha um discurso enfático em torno de uma Alemanha altamente competitiva e prometeu proteger o país contra práticas comerciais injustas, ao mesmo tempo que defendeu o livre comércio.

Por outro lado, tendo em conta as credenciais pró-europeias do novo presidente da França, Emmanuel Macron, é improvável que Merkel faça qualquer movimento que possa comprometer seu papel percebido como líder de fato da Europa. 

João Bosco Monte, Professor de Relações Internacionais