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WikiLeaks acusa CIA de desenvolver atividade hacker
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WikiLeaks acusa CIA de desenvolver atividade hacker

Cerca de 9 mil documentos liberados ontem pelo site mostram que a CIA pode transformar qualquer aparelho de TV em objeto de escuta e, possivelmente, pode até controlar seu carro
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A CIA pode transformar sua TV em um dispositivo de escuta, contornar aplicativos populares de criptografia e, possivelmente, controlar seu carro, de acordo com documentos publicados pelo WikiLeaks ontem. Os documentos mostrariam que a Agência Central de Inteligência americana (CIA) rivaliza com a Agência de Segurança Nacional, o principal órgão de espionagem eletrônica do governo americano, na guerra cibernética, mas com menos vigilância.


O Wikileaks divulgou cerca de 9.000 documentos que, segundo esta organização, são da CIA, qualificando a ação como a maior publicação de materiais de inteligência secreta até hoje. “Nós não comentamos sobre a autenticidade ou o conteúdo de supostos documentos de inteligência”, disse o porta-voz da CIA Jonathan Liu em um e-mail.


O WikiLeaks afirmou que um vasto acervo de documentos da CIA, que representavam “a maioria do seu arsenal de hacking”, tinha sido vazado dentro da comunidade de segurança cibernética, e que havia recebido e publicado uma parte dele. “Essa coleção extraordinária, que equivale a centenas de milhões de linhas de códigos, dá ao seu possuidor toda a capacidade de hacking da CIA”, disse.


O WikiLeaks disse que os documentos mostram que a CIA produziu mais de 1.000 sistemas de malware, programas maliciosos que podem se infiltrar e assumir o controle de aparelhos eletrônicos. Estas ferramentas de hacking tiveram como alvo iPhones, sistemas Android, softwares populares da Microsoft e smart TVs da Samsung, que podem ser transformadas em microfones encobertos, de acordo com o WikiLeaks.


Sob nova direção

A agência também examinou o hacking nos sistemas de controle eletrônico de carros e caminhões, potencialmente tornando-se capaz de controlá-los. Ao infectar smartphones, a CIA pode contornar as tecnologias de criptografia de aplicativos populares como WhatsApp, Signal, Telegram, Weibo e Confide, coletando comunicações antes delas serem criptografadas, afirmou o WikiLeaks.

 

Em uma declaração, o fundador e editor-chefe do WikiLeaks, Julian Assange, disse que os documentos mostram o “risco extremo” da disseminação descontrolada de armas cibernéticas.


“Comparações podem ser feitas entre a proliferação descontrolada de tais ‘armas’, que resulta da incapacidade de contê-las combinada com seu alto valor de mercado, e o comércio mundial de armas”, acrescentou.

 

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