"Juro em nome do povo da Venezuela (...) juro pela minha vida", declarou Maduro, que recebeu a faixa presidencial do presidente da Suprema Corte de Justiça (governista), em um ato que não foi assistido por nenhum representante da União Europeia (UE) ou a maioria dos países das Américas.
Coincidindo com a posse, duas horas depois, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução para declarar ilegítimo o segundo
mandato de Maduro.
A resolução, aprovada por 19 votos a favor, seis contra, oito abstenções e uma ausência, declara a "ilegitimidade do novo mandato de Nicolás Maduro que se iniciou em 10 de janeiro".
A medida é um chamado à "realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo", estipula a resolução.
Entre os países que votaram a favor estão Argentina, Estados Unidos, Colômbia, Chile, Equador, Canadá e Brasil. Venezuela, Nicarágua, Bolívia e alguns países caribenhos votaram contra, e entre os países que se abstiveram, o México.
União Europeia, Estados Unidos e o Grupo de Lima - composto por 14 países - não reconhecem a reeleição de Maduro, obtida nas urnas em 20 de maio.
A UE e o Grupo de Lima - à exceção do México - não enviaram representantes para a cerimônia, que contou com a presença dos presidentes de Bolívia, Cuba, El Salvador e Nicarágua, além de delegados de outros países aliados, como China, Rússia e Turquia.
Hoje, a UE lamentou que Maduro não tenha dado ouvidos aos apelos da comunidade internacional, e ameaçou adotar "medidas apropriadas" em caso de novas violações aos direitos humanos no país.
"O presidente Maduro inicia hoje um novo mandato baseado em eleições não democráticas", denunciou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, lamentando que as eleições "não foram nem livres, nem equilibradas e os resultados não têm credibilidade".
Por sua vez, os Estados Unidos se negaram a reconhecer a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e prometeram aumentar a pressão sobre o presidente venezuelano, de acordo com o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton.
"Os Estados Unidos não reconhecem a posse ilegítima da ditadura de Maduro. Continuaremos aumentando a pressão sobre o regime corrupto, apoiando a democrática Assembleia Nacional (Parlamento) e cobrando democracia e liberdade na Venezuela", escreveu Bolton no Twitter.
Adotando uma postura ainda mais agressiva, o Paraguai rompeu relações com a Venezuela.
(AFP)