Em cenário político de polarização, a rede CBN lançou o filme "Condenações". No vídeo de 1 minuto e 50 segundos, em uma narrativa cheia de metáforas, quem emite opinião é condenado por quem pensa diferente. A ação faz parte do rebranding (reposição de marca) da empresa batizado de "Plural". O trabalho de criação foi realizado pela agência EnergyBBDO. Essa é a primeira de uma série de campanhas que serão continuadas até 2019.

Imagens de tortura e morte são retratadas de forma indireta. O conteúdo está nas redes sociais da rede. Apesar da mensagem dura, o diretor-executivo de Jornalismo da CBN, Ricardo Gandour, vê a iniciativa como necessária.

Ele conta que o projeto foi idealizado no início do ano, quando os ânimos dos brasileiros estavam menos aflorados com as eleições. "Não estamos dizendo que as pessoas estão fazendo isso. Estamos chamando atenção para a necessidade de mais diálogo", afirma.

Gandour acrescenta que o posicionamento só reforça o que a CBN vem fazendo, que é "oferecer os mais diversos ângulos e pontos de vista, uma programação variada, a pluralidade de opiniões e conteúdos".

Ítalo Coriolano, editor-chefe da Rádio O POVO CBN, diz que a rede tem destaque no Jornalismo brasileiro exatamente por garantir a pluralidade de vozes, de opiniões, por ter uma postura sempre pautada no respeito às divergências.

"O bom debate, por mais polêmico que seja, faz-se com argumentos, e não com agressões verbais ou até físicas. É assim que se constrói e se fortalece a democracia. O vídeo em questão, com essa linguagem superlativa, é um chamado à reflexão. Não podemos discordar do outro agindo de maneira a eliminá-lo".

A equipe da EnergyBBDO foi responsável pela criação do vídeo, com direção de criação de Alexandre Pagano e João Caetano Brasil, direção de arte de Yan Esteves, além de redação de Raphael Quatrocci.

Segundo o redator do projeto, o trabalho foi idealizado de forma a reposicionar a marca CBN, conhecida como "a rádio que toca notícias". "Na rádio temos vários pontos de vista. Temos jornalistas mais inclinados à esquerda ou à direita. Isso é o respeito pelo debate e o quadro de profissionais comprova o que está faltando hoje no mundo: pluralidade e respeito ao outro".