Na desolação implacável do frio existencial
Quando o desânimo parece invadir todo ser
Irrompe sem aviso pronta reação essencial
Como um raio de luz que não se pode deter
Viver é um ofício penoso dum azo laborioso
Uma arte delicada que necessita ser cuidada
Um sopro malicioso de um princípio religioso
Momento de chegada d´uma saga encantada
É mister que se olhe para si e consiga se ver
Entender que a vida é um caminho sem volta
Apreender seu sentido para poder desprender
Dos valores mundanos que o existir não solta
No inverno da jornada é preciso achar o calor
Que aqueça a alma congelada na madrugada
Perceber que o calor nada mais é que o amor
Em sua forma velada mas sempre apaixonada