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Cálice sonhos
Jornal-Do-Leitor

Cálice sonhos

Edição Impressa
Tipo Notícia
Pai,afasta de mim o caixão

do genocídio dos meus irmãos

Pai,afasta de mim essa arma

do holocausto na Bahia das almas

 

Nossos sonhos foram aprisionados no porão reivindicando o seu direito de existir

Nossos corpos foram empilhados no camburão a cada gota de sangue nasce um zumbi

 

Lá vem mais um navio negreiro no coração do mar

Nossos quilombos incendiando no ar

Crioulas vadiando com suas bonecas de tranças

Mães chorando atrás de suas crianças

Estamos cansados dessa conversa de quem sente dó

Afinal percebemos que ainda sonhamos só

Quero sonhar até chegar ao fim

Me embriagar de utopias até o fim

Eu homenageio esse poema a Elza Soares.

 

Helio Cavalcante Donadi 

heliodonadi@gmail.com

 

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