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Nove meses sem minha mãe
Jornal-Do-Leitor

Nove meses sem minha mãe

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Eliane Martins

eliene.inacio@hotmail.com

 

É triste e doloroso sentir falta de alguém que já não está entre nós, fisicamente: minha mãe, 9 meses sem ela.


Depois que minha mãe faleceu, tenho lembrado muito de Juazeiro do Norte, como nunca tinha acontecido antes. Lembrando das ruas que moramos, das praças, dos costumes, de papai, de mamãe, do Horto. Do que fiz, do que não fiz. Aliás, esse negócio de fazer ou não fazer é relativo. A gente faz tudo por nossa mãe e ainda é pouco. Lembranças das pessoas que por muito tempo não via, me vem sempre na lembrança agora, sempre no pensamento. Lembrança dos dois irmãos que estão lá, dos sobrinhos, das sobrinhas, do sobrinho mais novo Isaac e da netinha Nathalya. Será que é a lembrança da morte? Será que minha hora vem chegando?


No velório da minha mãe, meu irmão pergunta a uma colega, qual a idade dela, (da colega) e ela retruca: “Ei Inácio, ele quer saber minha idade, o que você acha?” Não respondi, não sabia responder. Hoje eu sei. A beleza feminina não tem idade, é como uma obra prima, um best seller, um disco antigo de Roberto Carlos, um livro de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Machado de Assis, as poesias de Vinicius de Moraes, um clip de Michael Jackson, apenas nós admiramos e desejamos. Como minha mãe, linda com sempre será. O desejo de tê-la aqui, justamente agora que eu estava intensificando minhas viagens a Juazeiro do Norte, minha situação estava melhorando, minha mãe parte, me deixa sem chão.


Vida que segue. Que Deus esteja sempre com todos nós, abençoe a todos. Mas que a saudade é grande, isso é.


Quem é que não passou pela reza de dona Antônia?


“Fosse eu rei do mundo, baixava uma lei: mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto do seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.” Carlos Drummond de Andrade.


Tchau mãe, te amo!]

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