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Compromissos com a cidade
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Compromissos com a cidade

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Promessa para investidores locais e, principalmente, para a Cidade, novas áreas de operações urbanas consorciadas em Fortaleza foram anunciadas pela gestão municipal nesta semana. O POVO trouxe com exclusividade informações sobre o estudo da viabilidade da consultoria Quanta Engenharia, durante o primeiro programa Mercado Imobiliário de 2018. Em novo formato e sob comando do editor-chefe do Núcleo de Negócios do O POVO, Jocélio Leal, internautas e ouvintes puderam fazer perguntas ao vivo pela transmissão da rádio O POVO/CBN e Facebook.

 

As novas operações sinalizam investimentos na cidade de players imobiliários e, segundo o prefeito Roberto Cláudio, garantem economia de recursos que poderão ser escoados para outros âmbitos, como educação, saúde e infraestrutura. Em entrevista, ele e a secretária de Urbanismo e Meio Ambiente do Município, Águeda Muniz, citam exemplos de dinamização desse modelo.


Roberto Claudio também fala do Fortaleza Competitiva, projeto de ações relacionadas ao empreendedorismo. Águeda responde sobre como conciliar ações de investimento na Capital, afirmando que há benefícios no estímulo à economia criativa e geração de negócios.

 

O POVO - Em linha gerais, a gente teve aí com o fracasso da política econômica do governo PT, um discurso que cresceu muito no País foi do Estado, seja União, Prefeituras, fazer com que a economia tenha fluidez. O senhor lançou o projeto Fortaleza Competitiva. Em que medidas o projeto vai além de não apenas atrapalhar, grosso modo, como diz o setor privado?


Roberto Cláudio - O Fortaleza Competitiva, que é uma política pública de economia local. Eu diria que esse é o compromisso, de criar uma ambiência para o empresário, para quem negocia na cidade, uma ambiência estável do ponto de vista regulatório, impessoal, também de estímulos e incentivos, de legislações, enfim, de políticas locais, de infraestruturas tributárias. O Município, na verdade, colocar dentro do seu dia a dia administrativo, como prioridade, o investimento privado. Não há Município que tem dado certo sem que a economia tenha dado certo. Quanto mais economia local a gente tiver, mais investimento a gente tem, a gente tem dois efeitos na veia. Primeiro efeito é emprego, uma cidade que gera emprego tem menos dependência do poder público para o cidadão, e segundo, quanto mais negócio circulando, quanto mais dinheiro circulando, mais receita para que o Município possa fazer os investimentos sociais tão esperados em saúde, em educação, em infraestrutura.


 

OP - Numa economia devastada como a brasileira hoje, em que medida é possível ao poder público dizer não, isso não interessa. A esteira no Pecém polui e a gente faz uma conta e diz “mas tem emprego”. Quase tem um estaleiro no Titanzinho. O que é que a senhora tem a dizer do rigor do Município versus o interesse de atrair investimento?

 

Águeda Muniz - Na verdade, Fortaleza tem a vocação dos serviços, é uma cidade vocacionada para a atividade turística e, dentro disso, Fortaleza tende a despontar também para ser uma cidade vocacionada para a economia criativa. Citando o Fortaleza Competitiva, nós temos vários benefícios. A Lei de Uso e Ocupação do Solo, que possibilitou em apenas três meses mais de 2 mil negócios formalizados. Na atualização da lei, a gente criou as Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (Zedus), que são zonas de melhorias de vocações de uso e ocupação do solo na cidade. Nessas Zedus, o horário de funcionamento do comércio vai 24 horas, nessas Zedus também existem os incentivos fiscais. As atividades e os benefícios estão vocacionados à atividades existentes e já consolidadas na cidade, cujo desenvolvimento está totalmente focado com o que a cidade quer pra si, e não a chaminé, mas a cidade da economia criativa, a cidade do conhecimento, a cidade dos novos negócios.

 

 

RC - Eu diria o seguinte, quando há um plano, a gente não fica refém das pseudo-oportunidades, supostas oportunidades que não têm o seu risco e o seu benefício muito bem calculado no curto-prazo. A Águeda deu um dado aí, Fortaleza em novembro foi a cidade do Brasil inteiro que teve o melhor quociente de emprego gerado, de emprego perdido. Certamente, que essa circunstância do Fortaleza Competitiva já exerceu um papel para gerar esse dado.

 

OP - Vocês contrataram uma consultoria (Quanta Engenharia, com participação de profissionais internacionais como o premiado arquiteto argentino Willy Müller) e foram identificadas as 14 áreas para receber Operações Urbanas Consorciadas, sendo seis delas de potencial de curto-prazo, como o Parque Rachel de Queiroz. O que está sendo feito ali?


RC - A gente já está no terceiro trecho dele, teremos agora o recurso de financiamento do Banco Mundial já no segundo semestre para fazer com recursos públicos boa parte do restante do Parque. O parque se inicia na lagoa do São Geraldo, no próprio polo de lazer da Sargento Hermínio, área física dele: pega a lagoa, sai com aquele riacho por detrás paralelo à Bezerra de Menezes, esse trecho inteiro, entra por detrás do colégio Santa Isabel. Depois do Campus do Pici, vai desembocar no Henrique Jorge. A gente já entregou três trechos dele, o próprio polo, a lagoa, e trechos de bosque. Vamos começar agora até março, o trecho que fica por trás do Santa Isabel. É uma contrapartida ambiental, a operação urbana é para qualificar esse investimento público, aí o céu é o limite. É o segundo parque verde da cidade, só perde para o Parque do Cocó, está do lado Oeste da cidade, será um grande equipamento estimulador de nova ocupação urbana naquele lado da cidade.


Águeda - O parque, como tem mais de 200 hectares, é dividido em trechos. Então, a Prefeitura já inaugurou três trechos, a gente está agora em vias de viabilizar um quarto trecho, mas ainda há 15 trechos para serem implantados. Um foi adoção pela C. Rolim (bosque das Flores), o polo da sargento Hermínio foi implantado pelo Programa de Drenagem Urbana de Fortaleza (Drenurb) da Prefeitura de Fortaleza. Todo aquele quadrilátero atrás do Santa Isabel vai virar mais um trecho do parque urbanizado. Com calçadão para caminhada, com jardins, vegetação, todo urbanizado.

 

 

OP - Como a revitalização de determinadas áreas já tem valorizado o mercado imobiliário do entorno?


RC: Por exemplo, o riacho Maceió, você tinha aquele trecho contaminado, poluído, escuro, ambiente inclusive de fuga de assaltante da Beira Mar. Foi revitalizado, a cidade ganhou um parque verde, uma praça pública, e naturalmente agora está havendo o interesse comercial na construção de residências ali no entorno. Naturalmente, quando a gente revitaliza uma área como essa, há o interesse imediato de um adensamento urbano, de uma ocupação urbana que desde que esteja dentro do plano do Município, desde que esteja dentro da previsão do planejamento urbano, ela acaba sendo também de interesse público não só do privado, mas também de interesse coletivo.


 

OP - Dos que já temos, qual a senhora citaria como o de maior retorno em relação ao mercado imobiliário?

 

Águeda - Em relação a tudo, a operação urbana do Papicu, que é onde o (shopping) RioMar está inserido, é uma grande operação. Ainda não terminou porque o RioMar foi um dos investidores, mas ela tem uma área maior, então tem possibilidades de novos investimentos naquela área. Ali, foram 2 mil pessoas treinadas, 11 mil empregos gerados. A transformação urbanística, se você for pegar há sete, dez anos atrás, era completamente diferente. Hoje, tem vida naquela área, tem gente jogando futebol na beira da lagoa à noite, pessoas no ponto de ônibus, um centro comercial funcionando, que é o shopping, que dá emprego a 4 mil pessoas. É algo transformador no tecido urbano da cidade.

 

 

MULTIMÍDIA


Confira o Mercado Imobiliário da semana na íntegra:

http://bit.ly/2CY9E1F
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