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Glenn diz que Moro finge amnésia e que não entregará material
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Glenn diz que Moro finge amnésia e que não entregará material

| The Intercept | O jornalista compareceu ao Senado
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GLENN responde senadores em audiência pública (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado GLENN responde senadores em audiência pública

A autenticidade das mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil e a liberdade de imprensa foram os temas mais debatidos durante audiência pública com o jornalista Glenn Greenwald, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ).

O jornalista disse que não entregará às autoridades as mensagens trocadas por procuradores e pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, porque não é uma prática existente em democracias.

O pedido para que o jornalista entregasse o material para a Polícia Federal brasileira ou para instituições americanas partiu do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que disse não acreditar na perícia feita pelo The Intercept.

Greenwald afirmou que essa "permissão para publicar" não existe em democracias, apenas em países autoritários, e que nenhum profissional da imprensa no mundo entregaria seu material para o FBI ou para CIA antes de publicar. O editor destacou que a autenticidade foi verificada por peritos do próprio The Intercept e por outros veículos de imprensa, como Folha de S.Paulo e Veja.

Ao longo do debate, Greenwald garantiu que as conversas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça e procuradores da Lava Jato são reais e evidenciam a interferência de Sergio Moro na operação e no debate público. Ele também argumentou que o ministro nunca negou as notícias que foram divulgadas e criticou Moro por criar um clima de ameaça à imprensa, com possíveis investigações sobre os jornalistas envolvidos nos vazamentos. O jornalista disse ainda que o ministro, o procurador Deltan Dallagnol e outros procuradores da Lava Jato não negaram o conteúdo dos diálogos.

Para Glenn, Moro "finge que tem amnésia", pois ninguém esqueceria conversas importantes como "não investigar Fernando Henrique Cardoso para não melindrar" ou "mandar trocar a sequência de operações". De acordo com o jornalista, Moro só recorda quando lhe é conveniente.

"Eu acho que ninguém acredita em Moro quando ele diz que não lembra nada, nem uma palavra. Ele pediu desculpas quando chamou os membros do MBL (Movimento Brasil Livre) de tontos, aí ele lembrou". (Agência Senado)

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