Manifestantes vão às ruas das principais capitais do País, hoje, empunhar bandeiras relacionadas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em pauta, a reforma da Previdência, que entra em fase decisiva em julho, com o Planalto em busca de manter pontos considerados chave por Paulo Guedes (Economia) e a operação Lava Jato, alvo de suspeição após conteúdos reportados pelo site The Intercept Brasil. Principal alvo das publicações, o hoje ministro da Justiça Sergio Moro deverá ser o mais lembrado, depois de Bolsonaro.
Em Fortaleza, a partir das 16 horas, a Praça Portugal será o ponto de encontro da manifestação capitaneada por movimentos à direita e demais militantes conservadores. Coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) no Ceará, Carmelo Neto não estima o número de público. Em vez disso, brinca com frase da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sobre não colocar meta, mas deixá-la aberta.
Questionado sobre o cenário envolvendo Moro, ele entende que ex-juiz é alvo de grande "babaquice ideológica", assinada pelo site liderado pelo jornalista americano Glenn Greenwald. "Um discurso a bel-prazer para prejudicar a imagem do maior líder anticorrupção."
Eventuais cartazes ou bandeiras reivindicando o fechamento do Congresso, pontua Neto, não serão bem- vindos na praça.
Para Marcelo Marinho, coordenador do Vem pra Rua, esta ideia não é compatível com o que se espera das pessoas que estarão na manifestação. "Apesar de que a praça é pública", pondera. A respeito da operação Lava Jato, até que se prove o contrário, Moro foi um juiz célere, "que cumpriu sua missão", acrescenta Marinho. Ele acredita num público entre mil e 3 mil ativistas.
Uma das fundadoras do Direita Fortaleza, Sandra Cordeiro pensa que a possibilidade de soltura do ex-presidente Lula (PT) e o que diz ser investidas contra Moro devem levar mais que isso. Ela adiantou que deverá ser feita homenagem ao menino Rhuan, criança de nove anos morta a golpes de faca pela própria mãe no Distrito Federal. Questionada sobre o motivo de levar o caso à Praça, ela respondeu, resumidamente, que a "imprensa se calou, as redes sociais, não."
A autora do crime atuou em parceria com a companheira. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por exemplo, já argumentou que o caso não teve visibilidade em função do que chama de "ideologia de gênero."