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Sobral comemora 100 anos do eclipse que comprovou a Teria da Relatividade com programação especial
Farol

Sobral comemora 100 anos do eclipse que comprovou a Teria da Relatividade com programação especial

| ciência | Agenda de atividades começa hoje e se estende ao longo do mês de junho, em parceria com o Observatório Nacional
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MUSEU do Eclipse, em Sobral, será reinaugurado durante a programação (Foto: Talita Rocha, em 13/05/2009)
Foto: Talita Rocha, em 13/05/2009 MUSEU do Eclipse, em Sobral, será reinaugurado durante a programação

A cidade de Sobral recebe, a partir de hoje, uma exposição de fotos alusivas ao eclipse solar visto naquele município há 100 anos por pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O fenômeno comprovou a Teoria da Relatividade Geral proposta pelo físico alemão Albert Einstein anos antes e constituiu uma das maiores conquistas científicas do século 20.

A exposição Pelo Céu de Sobral poderá ser vista na Casa de Cultura de Sobral até o dia 29 de junho. A expectativa é de que o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, participe da inauguração. Além da exposição, até o dia 31 deste mês, no mesmo local, pesquisadores do Observatório Nacional (ON) desenvolverão atividades relativas ao eclipse e à relatividade geral, interagindo com estudantes do ensino médio da cidade. "Vamos fazer vários experimentos que remetem a Sobral", disse à Agência Brasil o diretor do ON, João Carlos Costa dos Anjos.

Está prevista também a realização de uma vídeo-conferência internacional com cientistas ingleses e portugueses que estarão na Ilha do Príncipe, na África, onde, há 100 anos, o eclipse não pôde ser observado com perfeição, em função do tempo desfavorável.

Ainda nesta segunda-feira, em Sobral, o astrofísico e pesquisador do ON, Jailson Alcaniz, participará do evento "Relatividade Geral, Passado, Presente e Futuro". No dia 30, ele representará o Observatório no Encontro Internacional do Centenário do Eclipse de Sobral, organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em parceria com a Prefeitura de Sobral e o Governo do Ceará, e que contará com palestras, bate-papos, lançamentos de livros e apresentações culturais. A efeméride ganhará ainda selo comemorativo dos Correios e marcará a reinauguração do Museu do Eclipse de Sobral, que estava fechado para reformas.

Também na próxima quarta-feira,29, quando se completa o centenário do eclipse, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), no Rio de Janeiro, e o Observatório Nacional inauguram a exposição O Eclipse - Einstein, Sobral e o GPS, alusiva à data, que tem como curador o diretor artístico e ator Marcello Dantas.

No mesmo dia, o campus do MAST e do ON abrirá o novo Centro de Visitantes, com projeto do estúdio SuperUber, que une design, tecnologia e arquitetura para contar histórias de forma inovadora. "Tem uma parte interativa, tipo Museu do Amanhã", adianta João Carlos dos Anjos.

O diretor do ON lembra que duas expedições foram organizadas pela 'Royal Astronomical Society' com a missão de observar o eclipse solar, que aconteceu em Sobral e na Ilha do Príncipe, na costa africana. A equipe do Brasil era chefiada por Andrew Crommelin. A outra era chefiada pelo astrônomo inglês Arthur Eddington. "Só que lá choveu e o eclipse não foi muito bem observado. Em Sobral, o tempo também estava nublado mas abriu na hora e as fotos ficaram boas. Com essas fotos, se comprovou a teoria da relatividade", diz João Carlos Costa dos Anjos.

"Durante o fenômeno, com o sol eclipsado, deu para ver as estrelas lá atrás e foi medido que havia um desvio", completou o diretor do ON. Outras fotos foram tiradas dois meses depois e, superpondo-as, pôde-se comprovar que tinha havido um desvio quando a luz passava na beira do sol. "Isso comprovou então a teoria da relatividade geral".

O eclipse de Sobral teve duração de 6 minutos e 51 segundos e foi considerado um dos mais longos eclipses solares do século 20. Os dois locais, no Brasil e na África, foram escolhidos porque poderiam oferecer as melhores condições para observação do fenômeno. As fotografias tiradas permitiram concluir que as estrelas não ocupavam suas posições habituais e previstas no firmamento, o que era compatível com os cálculos feitos com base na teoria da relatividade. (Agência Brasil)

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