Ex-presidente, senadora e candidata a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner enfrentou ontem a primeira audiência de um julgamento por suposta corrupção que será realizada paralelamente à campanha para as eleições de outubro próximo.
Kirchner, uma advogada de 66 anos que governou a Argentina em dois períodos (2007-2011 e 2011-2015), enfrenta doze processos por suposta corrupção e cinco pedidos de prisão preventiva, dos quais ela está isenta devido a sua imunidade parlamentar.
A ex-presidente chegou à sede do tribunal pouco antes de meio-dia, o horário previsto para o início da audiência. Militantes de sua corrente de esquerda do peronismo a apoiaram quando ela deixou seu apartamento no elegante bairro de Recoleta.
Sem fazer qualquer declaração, Kirchner sentou-se na última fila dos réus, cercada por seus advogados. Parlamentares de seu partido, Frente para a Vitória, e lideranças de organizações de defesa dos direitos humanos, como Mães e Avós da Praça de Maio, a acompanharam entre o público.
A audiência, dedicada exclusivamente à leitura das acusações, durou três horas. O tribunal convocou outra sessão para o próximo dia 27 de maio, na qual continuará com a leitura do expediente acusatório, que tem mais de 600 páginas.
Ao sair do tribunal, Kirchner sorriu e acenou brevemente para um grupo de apoiadores que a aguardavam na rua. O causo conhecido como Vialidad é a 1º que chega a julgamento oral e a previsão é de que ele deverá se estender por aproximadamente um ano. O caso diz respeito ao suposto favorecimento ao empresário Lázaro Báez, ligado à família Kirchner, na concessão de licitações de obras públicas.