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Número de mortes em Brumadinho sobe para 165
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Número de mortes em Brumadinho sobe para 165

|17º dia| 160 pessoas seguem desaparecidas. Tragédia brasileira foi destaque na capa do jornal The New York Times
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Desde o dia 25 de janeiro bombeiros trabalham nas buscas por vítimas  (Foto: Mauro PIMENTEL / AFP)
Foto: Mauro PIMENTEL / AFP Desde o dia 25 de janeiro bombeiros trabalham nas buscas por vítimas

Subiu para 165 o número de mortos pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG). Há ainda 160 desaparecidos, segundo informou neste domingo, 10, a Defesa Civil de Minas Gerais. Nove corpos ainda não foram identificados, duas pessoas seguem hospitalizadas e 138
estão desabrigadas.

No 17º dia de buscas por vítimas, os trabalhos foram retomados pelos bombeiros com o auxílio de 35 máquinas pesadas e 11 aeronaves. Os focos das buscas estão na usina de instalação de tratamento de minério (ITM) na parte administrativa - refeitório, casa e estacionamento -, na área da ferrovia e em locais de acúmulo de rejeitos. O efetivo total envolvido é de 352 pessoas, com 35 equipes em campo, das quais 150 militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 129 bombeiros militares de outros Estados, 64 integrantes da Força Nacional de Segurança e 9 voluntários. Também reforçam as buscas 19 cães farejadores. A barragem 1 da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu no dia 25 de janeiro. Os rejeitos atingiram a área administrativa da empresa, uma pousada e comunidades que moravam
perto da mina.

As causas da tragédia ainda não foram esclarecidas. A principal linha de investigação sobre o que motivou o colapso é o acúmulo anormal de água e a falha no sistema de
drenagem da barragem.

Também ontem, a Barragem Sul Superior da Vale, na cidade de Barão de Cocais, na região central de Minas, passou por inspeção técnica para avaliar a segurança da estrutura. Por causa do risco do rompimento, moradores do entorno da barragem tiveram que sair de casa às pressas na madrugada da última sexta-feira, 8. Ainda segundo a mineradora, até a emissão desse novo laudo, que não teve prazo divulgado, o nível de alerta permanecerá como "nível 2".

A tragédia na cidade mineira foi estampada na capa do jornal americano The New York Times deste domingo, 10, que trouxe reportagem especial sobre o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e destaca que outra tragédia desta magnitude poderá
acontecer novamente.

"Há 88 barragens de mineração no Brasil construídas como a que falhou - enormes reservatórios de lixo de mineração retidos por pouco mais que muros de areia e limo. E todas, exceto quatro das barragens, foram classificadas pelo governo como igualmente vulneráveis ou piores",
apontou o jornal.

O The New York times destaca ainda outro dado mais alarmante: que pelo menos 28 delas ficam diretamente em cima de cidades ou vilas, com mais de 100 mil pessoas vivendo em áreas especialmente arriscadas se as
barragens romperem.

A reportagem aponta também a falta de regulação no setor de mineração no Brasil, destacando que "a segunda tragédia mortal no Brasil em três anos deixa claro que nem o setor de mineração nem os reguladores têm a
situação sob controle".

O NYT diz que embora a Vale tenha afirmado que a barragem tinha um fator de segurança de acordo com as melhores práticas do mundo e que a estrutura era inspecionada regulamente, "as questões sobre a segurança da barragem foram deixadas de lado por anos. Além disso, a empresa conseguiu que seu plano de expansão do complexo de mineração em Brumadinho fosse acelerado para aprovação das autoridades locais", mostra o jornal. (Com agências)

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