"Às vezes, fico contente quando vejo minha gente encontrar felicidade em numa chuva de janeiro. E a terra subindo o cheiro na maior simplicidade". A métrica de Daniel Gonçalves da Silva, cordelista neto do Patativa do Assaré, canta o sertão unindo a arte e o anseio pela chuva. Na tarde de ontem, a academia se uniu à cultura popular. No 3º Encontro dos Profetas da Chuva dos Inhamuns, em Tauá, foram realizadas oficinas de conhecimentos populares.
A programação contemplou temas como raizeiros (tipo de medicina popular), elaboração de cordéis e profecias da chuva. Para Daniel Gonçalves, a programação permite o conhecimento do assunto dentre os mais jovens. "É valoroso demais ver uma universidade abrindo as portas para resgatar o saber popular", frisa. "Todos os animais conseguem sentir a alegria quando chove. Não tem como falar de alegria no sertão sem falar de chuva", relaciona.
O primeiro dia do evento terminou com mais cultura. A população contou com apresentações no Anfiteatro do Parque da Cidade. Sanfoneiros, violeiros e a Orquestra Armorial do Cariri. Hoje pela manhã vai ser o momento de escutar as Profecias da Chuva para a quadra de 2019. (Ana Rute Ramires/enviada a Tauá)