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Malala lançará projeto de educação no Nordeste do Brasil
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Malala lançará projeto de educação no Nordeste do Brasil

| INCLUSÃO | Ganhadora mais jovem do Prêmio Nobel da Paz esteve em São Paulo
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A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2014, Malala Yosafzai, anunciou ontem que irá lançar o projeto Rede Gulmakai no Nordeste do Brasil.

O programa é a principal ação do Malala Fund, organização fundada pela jovem de 21 anos e pelo pai dela, Ziauddin, para garantir que meninas tenham pelo menos 12 anos de educação gratuita, segura e de qualidade. Malala esteve no Brasil pela primeira vez ontem, a convite do Itaú Unibanco, para participar de palestra sobre inclusão, empoderamento de jovens e educação, em São Paulo.


Embaixadores serão escolhidos em estados do Nordeste para receber o apoio do Malala Fund. A relação de ativistas locais (chamados campeões Gulmakai) e onde eles atuarão será anunciada nos próximos dois dias, informou Malala. O projeto já foi implantado em países como Índia, Nigéria, Paquistão, Afeganistão e Síria. De acordo com Malala, a ideia é expandir para a América Latina. Além do Brasil, o México também receberá o apoio em breve.


“Vamos em regiões onde nosso apoio é mais necessário. Focaremos no Nordeste do Brasil, mas também apoiaremos outras campanhas pelo País. Estamos muito empolgados e esse é só o começo. Estou aqui para aprender com vocês e encontrar a melhor maneira de usar o fundo Malala”, disse, durante o evento.


A jovem paquistanesa explicou que o objetivo é incluir a pauta de educação de qualidade e apoio às meninas no debate político.

“Queremos trazer a questão das crianças para a agenda política para ter certeza de que os líderes políticos não ignorem isso e, assim, possamos atingir as comunidades mais carentes. Educação é o investimento a longo prazo mais sustentável”, afirmou.


No evento, no auditório do Parque Ibirapuera, Malala abriu o discurso apresentando o número de meninas foram da escola no País atualmente: 1,5 milhão. A ativista disse ainda que compreende que os jovens brasileiros estejam passando por um momento de descrença na política, mas sugeriu que não percam a esperança e formem uma voz a favor de oportunidades iguais para os gêneros.

Ela endereçou ainda a vulnerabilidade de meninas negras e de comunidades indígenas, que são os que mais sofrem com a falta de educação no País.


“Diversidade promove tolerância. Quando você não conhece as pessoas e não interage, você tem certas percepções sobre elas.

Quando se permite conhecê-las, percebe que vocês têm muito em comum”, afirmou. 

 

PERFIL


QUEM É MALALA


A PAQUISTANESA Malala viu a vida se transformar depois que o Talibã assumiu o controle de sua cidade, em Swat Valley. Os talibãs decretaram várias proibições aos civis e baniram as meninas das escolas. Aos 11 anos de idade, Malala participou de atos públicos pelo direito à educação de garotas. Quando voltava da escola, em 2012, sofreu um atentado. Malala levou um tiro na cabeça. Após dez dias em coma, acordou no Reino Unido, onde permanece até hoje.

Quando tinha 15 anos, em 2014, tornou-se a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Malala cursa Filosofia e Política na Universidade de Oxford e toca projetos pelo direito à educação.

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