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Incêndios na Grécia deixam pelo menos 74 mortos e 171 feridos
Farol

Incêndios na Grécia deixam pelo menos 74 mortos e 171 feridos

| BALANÇO | O governo cita 172 feridos, incluindo 16 crianças. Mais de mil construções e 300 veículos foram afetados
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O número de mortos nos incêndios que atingem desde segunda-feira, 23, os arredores de Atenas subiu para 74 - anunciou ontem, 24, a porta-voz dos Bombeiros, Stavroula Maliri. Estes números não são definitivos. Uma centena de bombeiros continua em busca de possíveis vítimas na região turística à margem do Atlântico, que foi surpreendida pelas chamas na segunda-feira à tarde.


Nesta terça, os corpos carbonizados de 26 pessoas foram encontrados em uma casa em Mati, costa oriental da região de Ática.

Os corpos das vítimas estavam abraçados e carbonizados, segundo um fotógrafo da AFP. Aparentemente, não conseguiram chegar ao mar para se protegerem das chamas, avaliaram os bombeiros, acrescentando que o incêndio foi controlado em Ática. Continua muito ativo, porém, em Kineta, 50 quilômetros ao oeste de Atenas.


Entre os mortos confirmados há uma mãe polonesa e seu filho, de acordo com Varsóvia, que não forneceu mais detalhes.


Os moradores das áreas afetadas continuam a assinalar desaparecidos, principalmente junto aos três postos da Cruz Vermelha instalados na região, afirmou Georgia Trisbioti, uma porta-voz da organização. “As pessoas estão chocadas, perdidas. Algumas perderam tudo, filhos, parentes, casas”, declarou, comovida.


“Hoje a Grécia está de luto”, afirmou por sua vez o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que anunciou em um pronunciamento oficial três dias de luto nacional.


Autoridades e testemunhas descrevem um dilúvio de chamas que se abateu na segunda-feira à tarde na região, surpreendendo as vítimas em suas casas e veículos.


Segundo o secretário-geral da Defesa Civil, Yannis Kapakis, os incêndios foram avivados por ventos de mais de 100 km/h, uma “situação extrema”. “Os ventos provocaram um avanço fulgurante do fogo na malha urbana”, explicou a porta-voz dos Bombeiros, Stavroula Maliri.


“Mati não existe mais”, declarou o prefeito de Rafina, Evangélos Bournous, contabilizando “mais de mil construções e 300 veículos” afetados. O governo cita 172 feridos, incluindo 16 crianças. Entre os adultos, 11 estão em estado grave.


Os sobreviventes passaram horas de angústia em meio às nuvens de cinzas à beira mar, à espera do socorro. Cerca de 715 pessoas foram resgatadas por mar.


Autoridades e voluntários se organizam para ajudar as vítimas, com coleta e distribuição de água, comida e roupas, enquanto os desabrigados foram enviados a hoteis.


A identificação das vítimas será longa, uma vez que esta região é bastante frequentada por turistas estrangeiros.


O país, que ativou o Mecanismo Europeu de Defesa Civil, tem recebido ajuda - principalmente aérea - da Espanha, França, Israel, Bulgária, Turquia, Itália, Macedônia, Portugal e Croácia, enquanto mensagens de condolências chegavam do exterior.


A Procuradoria do Supremo Tribunal abriu uma investigação sobre as causas do incidente. O porta-voz do governo, Dimitris Tzanakopoulos, observou que “15 incêndios começaram simultaneamente em três frentes diferentes” em Attica. (AFP)

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