“Este é um importante avanço médico”, definiu o comissário Scott Gottlieb, da Agência americana de Alimentos e Medicamentos (FDA). “Mas também é importante notar que esta não é uma aprovação da maconha ou de todos os seus componentes. É a aprovação de um medicamento específico de CBD para um uso específico”, frisou.
O medicamento foi aprovado para tratar as síndromes de Lennox-Gastaut (LGS) e de Dravet, tipos de epilepsia que causam severas convulsões, em pacientes de dois ou mais anos de idade, segundo a FDA.
A Síndrome de Dravet é uma rara condição genética que causa convulsões frequentes relacionadas com a febre, espasmos musculares involuntários e contínuas convulsões potencialmente mortais, que requerem atenção médica de emergência. As crianças que padecem da doença “tipicamente experimentam um desenvolvimento deficiente da linguagem e das habilidades motoras, uma hiperatividade e dificuldades para relacionar-se com outras pessoas”, disse a FDA.
A Síndrome de Lennox-Gastaut também começa na infância e causa múltiplos tipos de convulsões. A maioria das crianças afetadas tem problemas de aprendizagem e deficiência intelectual. “Para aqueles que vivem com convulsões intratáveis causadas pelas síndromes, o Epidiolex representa um verdadeiro avanço médico”, disse Philip Gattone, presidente e CEO da Fundação para a Epilepsia.
Antes de o medicamento ser comercializado, a FDA deve reclassificar o CBD— considerado uma droga com alto risco de abuso e sem valor médico porque deriva da maconha. Espera-se que este procedimento ocorra em 90 dias, segundo o GW Pharmaceuticals, que comercializará o medicamento.
A efetividade do Epidiolex foi estudada em três testes aleatórios com 516 pacientes com uma das síndromes, a fim de comparar o uso do medicamento com o de um placebo. (AFP)