A obra da transposição das águas do rio São Francisco acontece apenas em pontos considerados prioritários pelo Ministério da Integração Nacional. Isso porque o Consórcio Emsa, vencedor da licitação para obras do Eixo Norte, desistiu do projeto afirmando que não tem condições financeiras para a conclusão. Ontem, o ministro Pádua Andrade afirmou, no Senado, que o problema não deverá atrasar a obra.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) afirma que esteve ontem em reunião com o ministro e que foi apresentado o quadro atual das obras, além do cronograma físico e financeiro para a conclusão. “O ministro afirmou que já está dialogando com a empresa Emsa para rescindir o contrato de forma amigável”, diz.
“Durante esse período, a empresa não cumpriu o ritmo previsto, pedindo mais um ano (para concluir). Além disso, existe um débito com trabalhadores de três meses e débitos com fornecedores de mais de R$ 10 milhões”, explica o deputado. O próprio ministro teria decidido pela rescisão com a Emsa.
O Consórcio Emsa - Siton, terceiro colocado na licitação, assumiu as obras do Eixo Norte do Projeto de Integração em julho de 2017. A Passarelli Ltda. e a Marquise S.A, primeira e segunda colocadas, respectivamente, foram desabilitadas no processo licitatório por “não atender itens técnicos” do edital, conforme o Ministério da Integração Nacional. A quarta colocada no processo, Ferreira Guedes, estuda a possibilidade de tocar a obra.
Para o senador Tasso Jereissati, há negligência do Governo Federal em relação ao drama da seca no Ceará, o que ele classifica como “inaceitável”.
O ministro afirma que o problema não atrasará o cronograma e o Eixo Norte deverá ser concluído ainda neste ano. Pádua Andrade afirmou ainda que os trâmites para rescisão foram iniciados na última segunda-feira, 16. (Rubens Rodrigues e Carlos Holanda/Especial para O POVO)
PROJETO SÃO FRANCISCO
O Eixo Norte do Projeto São Francisco conta com 260 quilômetros de extensão, com 95% do trajeto finalizado. O trecho poderá atender mais de sete milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.