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Referência na dramaturgia, Tônia Carrero morre aos 95 anos
Farol

Referência na dramaturgia, Tônia Carrero morre aos 95 anos

A atriz sofreu uma parada cardíaca após complicações durante uma cirurgia, em clínica no Rio de Janeiro. Tônia se consagrou em espetáculos teatrais, filmes e novelas
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Mulher que contrariou os caminhos projetados pela família e pela sociedade brasileira dos anos 1930 e decidiu: seria atriz. Assim, Maria Antonieta Portocarrero Thedim se transformou em Tônia Carrero e em referência para a dramaturgia do Brasil. Aos 95 anos, a atriz morreu, na noite do último sábado, 3, no Rio de Janeiro.


Tônia havia sido internada em uma clínica particular para se submeter a uma cirurgia simples, mas houve complicações e ela sofreu uma parada cardíaca. A pedido da família, a clínica não divulgou mais informações. Luísa Thiré, neta da atriz, disse que o desejo da avó era de ser cremada. A cerimônia deve ser realizada hoje. Tônia estava com a saúde debilitada. Sofria de hidrocefalia oculta, o que a fazia viver reclusa desde 2013.


A atriz nasceu em 23 de agosto de 1922. No livro de memórias que escreveu (O Monstro dos Olhos Azuis), ela contou dos desafios até se tornar atriz. “Até bem pouco tempo era feio ser atriz. Era pobre, triste ter na família uma mulher se exibindo no palco, na tela de cinema ou de TV”. O pai dela era militar e os irmãos seguiram a mesma carreira. Só ela, contrariando toda a família, inclusive a mãe, optou pela arte.


Tônia consagrou-se no teatro, cinema e televisão. A estreia no palco foi em 1949 com a peça Um Deus Dormiu Lá em Casa, no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, ao lado do ator Paulo Autran — com quem m ais tarde dirigiu uma companhia de teatro. Na TV, ficou conhecida na década de 1980 no papel da personagem Stella Fraga Simpson, em Água Viva (1980), do autor Gilberto Braga. No cinema, fez filmes como Tico-Tico no Fubá (1952) e É Proibido Beijar (1954). O último trabalho na televisão foi em Senhora do Destino, em 2004.


“Tônia deixou um rastro de luz enorme que nós, que somos da família, bebemos, mas que todos da classe artística bebem, todos que lutaram na ditadura militar beberam”, disse o neto da atriz, o diretor teatral Carlos Thiré. “Acho que ela já estava merecendo descansar”, comentou.

com agências



SAUDADE

Nas redes sociais, artistas e personalidades homenagearam Tônia. O presidente Michel Temer escreveu que o País “se entristece” com a morte da atriz

 

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