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Indenizações dos Correios cresceram mais de 1.000% no Brasil
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Indenizações dos Correios cresceram mais de 1.000% no Brasil

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O total de indenizações pagas no País pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) cresceu 1.054,56% em cinco anos. A informação está em relatório de auditoria feita pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU). Os processos envolvem atraso, extravio, roubo, avaria, espoliação e outros incidentes com encomendas.

 

Os dados mais recentes, divulgados no fim de 2017, apontam que, entre 2011 a 2016, a despesa da estatal com indenizações cresceu de R$ 60,05 milhões para R$ 201,74 milhões — aumento de 235,9%. Já a quantidade de indenizações não é informada no relatório, que cita apenas a alta de 1.054,56%. O POVO questionou os Correios e a CGU sobre esses números. A empresa disse que não poderia fornecer os dados por questões estratégicas. Já a CGU informou que, atendendo pedido da estatal, não pode publicar os números.

 

Em situações como a que aconteceu no Centro de Triagem em Fortaleza na última terça-feira, 13 — em que 90% do prédio pegou fogo — os Correios realizam levantamento da carga postal destruída e efetuam ressarcimento — cujo valor entra no total de indenizações. O procedimento foi o mesmo realizado nos outros três incêndios registrados em unidades dos Correios nos últimos 13 meses.


Para Tadeu Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), além dessas destruições coletivas de produtos, atrasos, perdas e danos às entregas são reflexos da falta de investimento em profissionais. “Parece que a gestão federal da empresa prefere pagar indenizações, mostrar que os Correios estão quebrados e defender a privatização a realizar concurso e contratar material humano para oferecer um serviço público de qualidade”, criticou.


Desde 2011, a estatal não realiza certames para contratação de novos funcionários.


O POVO questionou os Correios sobre os motivos do aumento das indenizações e quais medidas são tomadas para frear casos. A estatal informou que essas respostas não poderiam ser disponibilizadas “em função do seu caráter estratégico”.


“Parte do conteúdo do relatório, considerado estratégico pelos Correios, foi suprimido a pedido da empresa, por razões de sigilo empresarial. Cabe mencionar que tais informações, mesmo no formato agregado, não são divulgadas pela grande maioria dos correios do mundo”, informou em nota.

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