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Gente de fortaleza
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Gente de fortaleza

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[FOTO1] Assim falou Isaac 

Quando não quer encompridar a conversa, se chama Fulano de Tal dos Anzóis. Depois, cheio de sorrisos, revela o batismo. Montou a banca quando tinha 15 anos e acabara de chegar na Cidade, vindo do Maranhão. Mora no Conjunto Ceará e, por volta de 10 horas, começa a arrumar tudo na Praça dos Voluntários, no Centro. Vende livros sobre filosofia, feitiçaria, música, religiões, ciência, ecologia, arte, uma abrangência geral. Tem discos, poster de artista, coisas educativas e também revistas eróticas, que não são educativas em um sentido, mas podem ser em outros, me explica. Nessa crise do golpista, como chama o tal presidente, o pessoal anda retraído. Ainda assim, não bota água para vender, nem salgadinho, nada disso, “porque tira a estética da banca”. Perderia a essência. Há 50 anos, lê tudo ali e vai ao mundo. “Nesse oásis de conhecimento, absorvo a maior parte das coisas e melhoro meu currículo de conhecimentos”, conta. Que livros recomenda? Tudo do Nietzsche, “um filósofo do povo: curto e grosso com as coisas”. O Conde de Montecristo, de Dumas: “uma história de peripécias, sacrifícios, luta, sofrimento, tudo misturado em uma coisa só”. Cem Anos de Solidão, do Gabriel Garcia Márquez. De repente, a praça vira Macondo e o tempo passa devagar para que a vida aconteça naquele oásis.

IANA SOARES Editora do Núcleo de Imagem ianasoares@opovo.com.br Instagram: @ianasoares   

 

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