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Cenário. Pela vida, José!
Farol

Cenário. Pela vida, José!

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Tipo Notícia


Dom José Antônio Aparecido Tosi poderia antecipar simbolicamente, ou valendo, o lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano, em Fortaleza. Em vez da Quarta-Feira de Cinzas, no palácio episcopal, a próxima sexta-feira, 2, no Santuário Mãe da Divina Providência. Dia da Missa de 7º Dia pelas 14 vítimas da Chacina das Cajazeiras. A CNBB e o papa Francisco, com certeza, compreenderiam o ato cristão como reafirmação da preferência da Igreja pelos pobres. Legado do Concílio Vaticano II e afirmação de Medellín (1968).
 

Se a campanha deste ano grita contra a violência (Fraternidade e superação da violência - Em Cristo somos todos irmãos), o pastor católico teria a chance de ir ao bairro onde aconteceram as execuções para ser voz e encarnação do Cristo contra a morte e pela vida em Fortaleza.
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O martírio chocante dessas 14 pessoas e o assassinato de pelo menos 5.634 no Ceará, entre o ano passado e janeiro deste ano, é motivo para que a Igreja também seja luz nas discussões de como reencontrar o caminho da paz pública. Principalmente na periferia de Fortaleza e Região Metropolitana, onde as facções criminosas mortificaram o cotidiano.
 

Não é problema ter uma missa de 7º Dia na Catedral pelos 14 assassinados nas Cajazeiras. Mas seria mais pastoral dom Antônio Tosi sair da “Aldeota” e ir ao bairro para dizer que é solidário àquela dor e que a Diocese de Fortaleza está disposta a ser ativa no debate por um novo pacto social contra a violência. Ser luz num Estado atordoado pela morte e carente pela retomada da cultura da vida. 

 

DEMITRI TÚLIO
REPÓRTER
demitri@opovo.com.br

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