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Cenário. Um "inverno" bom?
Farol

Cenário. Um "inverno" bom?

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Riqueza para os nascidos no Semiárido cearense é chover bem, ter em seu caminho um açude cheio para atravessar o ano. Porque a vida no Interior, diferente da Capital, se organiza entre o antes e o depois do inverno “bom ou ruim”. Lá ninguém diz “quadra chuvosa”. É inverno mesmo. 


A seca, que é natural no lugar onde o Ceará nasceu, era para ser também tratada como parte da vida corriqueira. Uma certeza, feito a chuva. Todo ano, ela virá. Pouca, moderada ou exageradamente intensa. 


O problema é que somos a própria metáfora do Castanhão. A abundância de 6,7 bilhões de metros cúbicos nos faz pensar que nunca o mar vai secar. E, durante as águas cheias, perdemos a seca de vista e desperdiçamos. Se isso é forte no Sertão, em Fortaleza ignoramos a origem da água que bebemos. 


O certo, porém, é que não há notícia melhor, para abrir a semana, do que a possibilidade de 40% de chuva acima da média histórica. É a chance da volta do inverno bom e um alento depois de seis anos consecutivos de estiagem. Desta vez, curiosamente, a Funceme e os profetas da chuva apontam para o mesmo rumo. 


Mexe em tudo. Nos legumes das vazantes. No comércio, porque o açude estará cheio e ele funciona como o principal banco do município. Na política, porque Camilo Santana fará campanha pra reeleição no meio da chuva. E na vida do Ceará, estado que faz festa quando açude sangra.

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