Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Fortaleza atingiu, em 2017, a menor incidência de evasão escolar da história: 1,4%. Apesar do dado oficial, ainda não há o detalhamento do perfil dos estudantes infrequentes, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Dalila Saldanha, titular da pasta, afirma que a adesão à plataforma do Unicef ocorre devido aos dados mais abrangentes e atualizados da iniciativa. De acordo com a gestora, a ação deve se aliar a outras já realizadas pelo Município, além das desenvolvidas pelo Governo do Estado do Ceará, como o Programa Nenhum Aluno a Menos, lançado em abril deste ano.
Para 2019, há demanda de pelo menos 13 mil novas vagas na rede municipal de Ensino. De acordo com Rui Aguiar, representante do Unicef, cinco mil meninas até 17 anos estão grávidas em Fortaleza. Por outro lado, dois mil meninos, em idade escolar, cumprem medida socioeducativa, além de 800 crianças em privação de liberdade e cinco mil vulneráveis a homicídios.
Rui Aguiar indica que reduzir a vulnerabilidade social é a melhor forma de diminuir o homicídio na adolescência. Segundo ele, a cada adolescente morto, cerca de dez meninos e meninas, que tinham relação de amizade com ele, também ficam vulneráveis. "Se a gente consegue chegar dentro dessa rede de relacionamento, conseguimos reduzir em 50% o número de mortos", afirma.
Outra necessidade dos jovens é a busca pelo primeiro emprego. "Esse emprego legal é garantido com a lei da aprendizagem, que garante vagas no mercado de trabalho para adolescentes que estejam na escola". Para isso, é preciso ampliar a oferta de vaga para aprendizagem e garantir vagas de trabalho para adolescentes maiores de 14 anos. Por fim, o representante do Unicef sugere a melhoria nos centros socioeducativos, para que, de fato, ressignifique a vida desses adolescentes. Ou pela melhoria da escolarização do adolescente ou pela qualificação profissional.
FUNCIONAMENTO DA PLATAFORMA
Ao encontrar uma criança ou adolescente fora da escola, o agente público deve preencher um formulário para o indivíduo e justificar na plataforma. A identificação da pessoa ficará como um "alerta" na rede até que a situação seja resolvida. Para solucionar, um responsável pelo acompanhamento do público-alvo vai até a pessoa e tenta encaminhar para a matrícula escolar.