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Estudantes do Ceará desenvolvem tecnologia que economiza água no banho
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Estudantes do Ceará desenvolvem tecnologia que economiza água no banho

| INOVAÇÃO | Projeto do engenheiro ambiental e sanitarista Julio Rocha e do estudante de engenharia elétrica Chellton Almeida, de Quixadá, foi um dos cinco selecionados no País para ser aprimorado, com ajuda de mentores, no laboratório da Red Bull Basement
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A ideia ocorreu ao engenheiro ambiental e sanitarista Julio Rocha, 24, durante um banho. Um dispositivo que poderia cortar a distribuição de água enquanto a pessoa não estivesse embaixo do chuveiro, evitando, assim, o desperdício. O projeto deu certo e foi defendido como Trabalho de Conclusão de Curso em 2017, no Instituto Federal do Ceará (IFCE) de Quixadá, a 167 km da Capital. Agora, ele é um dos cinco selecionados para o Red Bull Basement 2018 – que apoia trabalhos que fazem uso da tecnologia para transformar a sociedade.


O dispositivo se diferencia de outros já existentes no mercado com a mesma proposta porque pode ser acoplado em qualquer chuveiro. O mecanismo desenvolvido também permite que a interrupção e volta do fluxo de água sejam instantâneas, o que traz mais conforto para o usuário. O custo total do protótipo foi de R$ 165, valor que deve diminuir caso o dispositivo seja produzido em escala comercial.


Julio e o estudante de Engenharia Elétrica Chellton Almeida, 24, que fez com ele o projeto, querem diminuir ao máximo o valor do equipamento para que ele possa ser acessível a um público amplo. “Ninguém tem essa tecnologia em casa, mas economiza muita água”, explica Julio. A equipe não teve tempo ou recursos para calcular com exatidão a economia gerada pelo dispositivo durante o período de produção da monografia.

Estimam, no entanto, que a contenção seja por volta dos 60%, tendo como base outros equipamentos do gênero já existentes.


Por ser morador do sertão cearense, a escassez de água presente no cotidiano foi um dos motivos da criação do projeto. “Eu jamais pensaria nisso se eu não tivesse na minha cabeça a constante necessidade de poupar água. Falta água para a gente, a necessidade de economizar é muito maior”, diz. Para ele, a representatividade de ter uma pesquisa feita no interior do Ceará ganhando destaque importa. “Os caras lá do sertão têm muitas ideias. Um exemplo como esse serve também para incentivar, para entusiasmar as pessoas a colocarem seus projetos para frente”, considera.


Para o professor Rérisson Máximo, orientador do então estudante na monografia, o projeto é “simbólico” por encontrar soluções tecnológicas de baixo custo que possam economizar água e por mostrar que existe produção acadêmica também no interior do Estado. “Fazer inovação fora da capital é simbólico porque a gente pode ver o Ceará todo produzindo conhecimento”, se alegra.


A nova fase do trabalho, no Red Bull Basement 2018, deve, para ele, ajudar o dispositivo a ser mais conhecido. “Pode mostrar de maneira mais adequada, com recursos adequados, como essa ideia embrionária pode ser mais difundida”, espera.


SOBRE O RED BULL BASEMENT


O projeto, existente desde 2015, seleciona autores de trabalhos de inovação tecnológica que se dedicam durante dois meses ao aprimoramento da ideia. Os pesquisadores contam com a ajuda de mentores, profissionais do universo da inovação que acompanham as propostas.


A Red Bull disponibiliza ajuda de custo e acesso a um laboratório maker com ferramentas de prototipagem, além de divulgação. Neste ano, outro projeto cearense está entre os cinco selecionados. Paulo Victor Loureiro, de Fortaleza, trabalhará em um software para viabilizar, a baixo custo, a comunicação de pessoas com paralisia cerebral por meio do piscar de olhos.


O Red Bull Basement já apoiou projetos como o ClimoBike, que monitora condições climáticas e a qualidade do ar por meio de dispositivo acoplado à bicicleta.

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