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Uma reunião comercial onde grupos se formam com a mesma dinamicidade com que se desfazem. O que dita o preço de cada figurinha, além de seu próprio valor, é a necessidade do participante. A ânsia de todos os que frequentam os pontos de troca de cromos pela Cidade é completar o álbum da Copa do Mundo 2018. Há quem diga que a melhor parte da diversão é a troca.
Pais e filhos viram dupla de negócios, amigos viram sócios e vice-versa. Há que encontre na diversão alheia também uma oportunidade para ganhar dinheiro.
“Em menos de uma hora, um bolo desse acaba”, diz Levi Castelo, 11, mostrando a mão cheia de figurinhas, com a segurança de quem tem experiência nos negócios. “Chega um momento em que comprar é o que tem menos graça. O mais interessante dessa vivência deles é essa interação, conversar, pedir para trocar, se aproximar de pessoas com interesse comum”, compartilha Milena Castelo, 46, que acompanha a diversão do filho, na Praça Portugal. A médica elogia a empatia durante a permuta. “Às vezes um troca por uma figurinha que já tem para ajudar o amigo que tá perto de acabar”, conta.
Breno Serretti, 9, dá as dicas para uma boa brincadeira: investir antes, trocar depois. “Quando tem pouca é bom ainda comprar. Mas quando você compra e a maioria já é repetida, é bom trocar. A gente não vai mais comprar, só trocar”, diz, acompanhado da mãe. “Não tem problema de idade, tem adulto, adolescente, criança. Eles interagem com todo mundo”, diz a diretora de marketing Cynthia Serretti, 45, que, no final da manhã de domingo, já estava no segundo local de troca.
Colecionar álbuns da copa é tradição para o engenheiro Henrique Rodrigues, 41. Mas quem se empolga para contar a história é Nícolas, 7, filho e parceiro na brincadeira. “Ele tem cinco álbuns!”, se orgulha. Enquanto o mais novo cuida das cartas, o pai marca as novas conquistas no papel.
Alguns até utilizam aplicativos para fazer o controle dos cromos, como o
“Coleciona”, mas a maioria usa papel e caneta para marcar as tabelas montadas à mão ou impressas. Assim como o estudante Luiz Paulino, 16. “A gente anota as que têm. Aí juntamos e trazemos as repetidas. A gente faz uma troca justa”, detalha.
Além das trocas, há o comércio. “Cinco figurinhas por um escudo!”, grita um comerciante, que é cercado pelos interessados no escambo. Para entrar no negócio, é preciso investimento inicial “alto”, mas o lucro é garantido, dizem.
“A gente atende o público que tá faltando poucas figuras, que fica difícil tirar no pacote. A gente faz um investimento, tira cerca de 90% do álbum e vende um pouco mais caro do que o valor nas bancas”, explica o químico Ailton Gaudino, 43. De acordo com ele, o retorno é até quatro vezes o valor investido.
Há 8 anos, o mágico Jorge André, 47, vira comerciante quando se aproxima a copa e se forma a demanda, com colecionadores ávidos por completar o álbum. “Começo com R$ 2,5 mil. Já tirei o que investi, fui vendendo e trocando duas por uma. Quando dava uma, recebia duas. Com isso, aumenta o capital de giro. Eu acho que, em média, a gente lucra uns R$ 8 mil. Se eu correr mesmo, faço uns R$ 10 mil”, estima.
COMÉRCIO
Média de preço nos pontos de troca
Figurinhas comuns (jogadores de todos os times, exceto do Brasil ): R$ 1
Figurinhas da seleção Brasileira, das formações dos times e dos estádios: R$ 2
Figurinhas brilhosas: R$ 5 ou 2 figurinhas comuns
Legends: de R$ 5 a R$ 10
Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi: R$ 10 ou 5 figurinhas comuns
Pelé: R$ 25 ou 15 comuns
SERVIÇO
Locais de troca de figurinhas
Praça Portugal (na mini-praça próxima ao Banco Bradesco)
Parque do Cocó (próximo a Estação do Bicicletar)
Praça da Imprensa
Shoppings*
No Shopping Iguatemi, a Saraiva Mega Store tem promovido todos os sábados, das 12 às 15 horas. o encontro Troca de Figurinhas da Copa.
O Shopping RioMar Fortaleza, no Papicu, informou que, a partir de agora até o fim da Copa do Mundo, montará um ponto para venda e troca de figurinhas na Praça de Alimentação (Piso L3). A ação ocorre aos sábados e domingo, das 14h às 20h.
North Shopping
Shopping Benfica