Muitas espécies dependerão efetivamente de sua capacidade para se mover, seguindo seu clima de predileção. Poderão segui-lo? Serão bloqueadas, por exemplo, por cidades, montanhas? Terão, ao chegar, um lugar para viver?
No pior dos cenários, o sudoeste da Austrália veria cerca de 80% de suas espécies de mamíferos ameaçadas de extinção localmente. Esta perda seria de apenas um terço se o aumento da temperatura for de %2b2°C e se as espécies dispuserem de capacidades de adaptação adequadas.
Conclusão: “será preciso fazer esforços muito mais importantes para manter o aumento das temperaturas em seu mínimo absoluto”, insiste o WWF.
Neste estágio, os compromissos de redução de emissões adquiridos em Paris levam o planeta a um aquecimento de mais de 3°C.
E com 3,2°C, 37% das espécies correm o risco de desaparecer localmente nas regiões estudadas.
Além disso, como os gases já emitidos vão continuar aquecendo o planeta, será preciso prever também medidas de proteção locais: corredores biológicos para favorecer o deslocamento de espécies, identificação de zonas “refúgio” de último recurso, restauração de habitats...
O Mediterrâneo, que tem, por exemplo, três espécies emblemáticas de tartarugas marinhas, veria cerca de um terço de suas plantas, mamíferos e anfíbios ameaçados com 2°C se não tiverem nenhuma possibilidade de adaptação.
A extinção não significa unicamente o desaparecimento de espécies, ressalta o WWF, “mas profundas mudanças para os ecossistemas que proporcionam serviços vitais para centenas de milhões de pessoas”, seja na alimentação, na sustentação do turismo ou nas pesquisas sobre futuros medicamentos.
AFP