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Afinal, Fortaleza tem muitas farmácias?
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Afinal, Fortaleza tem muitas farmácias?

| FORTALEZA | A Capital tem uma farmácia para o grupo de cada 3,2 mil habitantes. O número é alto e, segundo as grandes redes, a ideia para esse ano é ainda mais crescimento
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Três das quatro esquinas formadas pelo cruzamento da avenida Santos Dumont com rua Ildefonso Albano são de farmácias. O cenário cada vez mais comum rendeu até memes e fantasias de Carnaval. “Tenho medo de sair de casa e quando voltar ela ter virado uma farmácia”: foi uma das frases que viralizaram nas redes sociais. Mas afinal, a Cidade tem mesmo muita farmácia?

[SAIBAMAIS]

Tem sim. De acordo com dados do Conselho Regional de Farmácia no Ceará (CRF-CE) a Capital conta com 818 farmácias e drogarias. Em proporção, há uma farmácia para cada 3,2 mil habitantes. Guardadas as devidas proporções de população e quantidade de estabelecimentos, o número de farmácias por habitantes se assemelha à São Paulo, por exemplo, conforme dados divulgados no início de 2017 pela Veja São Paulo. Naquela cidade, a média foi de uma farmácia para cada 3,1 mil habitantes. Em todo o Ceará são 2776 estabelecimentos.


Afora a relação de quantidade, o tamanho e estrutura dessas lojas também chama atenção. A cearense Pague Menos, por exemplo, planeja inaugurar ainda esse ano a milésima loja, uma mega estrutura que será localizada na avenida Santos Dumont. De acordo com Deusmar Queiroz, fundador e presidente do grupo, apesar de estar presente em todos os estados, Fortaleza ainda é o maior faturamento da rede.


A Extrafarma, uma grande concorrente, conta com 68 lojas na Cidade. A rede abriu somente em Fortaleza mais que um estabelecimento por mês: foram 19. De acordo com dados da Junta Comercial do Ceará, cerca de 40 estabelecimentos são abertos a cada ano. O Ceará tem atraído inclusive outras grandes redes nacionais como a Drogasil.

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“Ao mesmo tempo em que há o crescimento desse mercado há também a mudança do estilo de farmácias, que têm se tornado drugstores, vão além da oferta de medicamentos. Seja para pagar uma conta, para adquirir algum cosmético”. É o que explica Francisca Miranda Lustosa - Diretora Secretária Geral do CRF-CE.


Outro fator apontado por Mirian Parente Monteiro, professora do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, é a dificuldade de acesso à atendimento médico. “Temos sim muitas farmácias, basta você olhar para os lados. A indústria farmacêutica é um conglomerado econômico muito forte, eles fazem uma pressão de mercado muito grande, parece não haver crise quando se fala no setor farmacêutico. Junta isso ao nosso sistema de saúde falho, então, reconhecidamente a farmácia funciona como alternativa quando o indivíduo não consegue atendimento”, afirma. Ainda de acordo com ela, há uma pressão midiática pelo consumo de medicamentos.


Ambas as profissionais alertam que, junto com o crescimento do mercado houve também avanço nas legislações como a obrigatoriedade da presença do profissional farmacêutico em todos os momentos em que o estabelecimento estiver aberto. O que traz maior rigor e controle.


Para Francisca Miranda, junto ao crescimento do ramo, é importante implementar qualidade de tratamento. “O proprietário tem que agregar lucro, mas, antes de tudo, se perceber como um estabelecimento de saúde”, conclui.

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