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Copa Feminina tem último ato com festa nos Estados Unidos e recorde no Brasil
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Copa Feminina tem último ato com festa nos Estados Unidos e recorde no Brasil

| Futebol Feminino | Após conquistarem o Mundial, seleção dos EUA festeja com discurso de igualdade salarial para a modalidade. Brasil teve audiência recorde da final
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Milhares de pessoas acompanharam desfile da seleção norte-americana até a prefeitura de Nova York
 (Foto: Bruce Bennett / AFP)
Foto: Bruce Bennett / AFP Milhares de pessoas acompanharam desfile da seleção norte-americana até a prefeitura de Nova York

Entre gritos de "USA", apelos pela igualdade salarial e sob uma chuva de papel picado, a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, campeã do mundo pela quarta vez, foi recebida com festa ontem por milhares de pessoas em um desfile em Nova York.

A festa foi nos Estados Unidos, mas a Copa do Mundo de Futebol Feminino da França também fincou sua marca no Brasil. Segundo dados divulgados pela Fifa, o público nacional foi quem mostrou maior fidelidade ao futebol, mesmo com a Canarinho caindo ainda nas oitavas de final. Ao todo, 19,935 milhões de pessoas assistiram a EUA x Suécia, marca muito maior mesmo do que a de norte-americanos, país de população maior, que terminou com o título, e que ficou na segunda posição no ranking, com 15,277 milhões de espectadores.

Em um Mundial marcado por discursos fortes e pela onipresença da atacante Megan Rapinoe, craque e artilheira da competição, a festa das campeãs não foi diferentes. Elas saudaram a multidão em desfile em carro aberto pelas ruas de Nova York, repetindo o discurso ativista desta Copa.

"Temos o cabelo rosa e violeta. Temos tatuagens, cabelos rastas. Tem meninas brancas, negras e tudo no meio. Meninas heterossexuais e gays", declarou Rapinoe à multidão, antes de repetir a pose de comemoração de seus gols.

No público, um cartaz provocava Donald Trump, desafeto da craque do time. "Megan para presidente".

A equipe voltou da França na segunda-feira, 24 horas depois de vencer a Holanda na final por 2 a 0, conquistando assim sua quarta Copa do Mundo (1991, 1999, 2015 e 2019), um recorde histórico.

O sucesso das norte-americanas vai além das esferas esportiva e social. É econômico. As camisas com as quatro estrelas não param de ser vendidas. Segundo a Nike, que veste a seleção americana, a camisa branca da equipe bateu um recorde mundial de vendas em uma temporada no site oficial da marca (mais do que qualquer clube ou seleção nacional masculinos ou femininos).

"Adoro a personalidade e a impressão que deixam juntas no campo", disse à AFP Gracie Taylor, uma menina que participou do desfile com seu pai.

"Para estas meninas, ter um modelo, ver as jogadoras na televisão fazendo grandes coisas ou estar aqui é algo enorme", avaliou Scott Neverett, ex-jogador de futebol na universidade, que assistiu ao desfile com sua filha Olivia.

A população repetiu o movimento feito na entrega da taça. "Igualdade salarial!", gritava a multidão. Um dos caminhões carregava um grande letreiro onde se lia "Os desfiles são maravilhosos, mas a igualdade salarial é mais maravilhosa ainda".

A seleção, festejada em todo o País, se tornou também uma grande defensora da igualdade salarial entre homens e mulheres. O pedido vai além do discurso. O grupo está pedindo à Federação Americana de Futebol na justiça que as jogadoras sejam pagas da mesma maneira que os homens.

Na semana passada, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, propôs o dobro do orçamento destinado às jogadoras na próxima Copa do Mundo feminina, que foi de 30 milhões de dólares este ano, bem abaixo dos 400 milhões para o mundial masculino de 2018.

A maior visibilidade foi notável nos Estados Unidos e no Brasil, como comprova a audiência na final. O terceiro maior público no mundo foi na França, com "apenas" 5,496 milhões de pessoas, segundo dados da Fifa. No discurso e na qualidade, a Copa do Mundo da França 2019 se despediu como um marco. O Mundial acabou no domingo, 7. Mas segue vivo. (Com AFP)

 

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