A vida do Brasil nas oitavas não estaria fácil em nenhuma das possibilidades. Tendo à frente, Alemanha, duas vezes campeã mundial e atual campeã olímpica, ou França, anfitriã com ganas de conquistar título inédito em casa, o destino das brasileiras foi definido após vitória de Chile contra a Tailândia por 2 a 0. Caso alcançasse o terceiro tento, as chilenas se classificariam e colocariam a Canarinho para disputar o mata-mata contra as alemãs. Assim, a seleção nacional encara as Bleues, no domingo, 23, às 16 horas (horário de Fortaleza), em Le Havre.
As brasileiras não chegaram como favoritas à Copa do Mundo de Futebol Feminino, mas, com duas vitórias, se classificaram como as melhores terceiras colocadas no grupo mais equilibrado da competição. Os seis pontos e o triunfo contra a Itália levantaram a moral do time. Tendo Marta, Cristiane e Formiga como referências, a seleção ainda conta com o ataque agudo de Tamires e boa movimentação de Andressinha e Debinha. Contudo, a de se ajustar o sistema defensivo. A lateral-esquerda Tamires não tem sido consistente no auxílio a zaga, e a beiradas de campo vêm sendo exploradas pelos ataques adversários.
 Vindo de lesão, não tendo jogado a primeira partida contra a Jamaica e sendo substituída nos dois jogos seguintes, Marta deve ficar os 90 minutos em campo. Pelo menos é o que acredita o departamento médico da seleção. Formiga, que não foi a campo contra a Itália, também deve retornar para o mata-mata.
Pelo lado francês, o que torna este o jogo mais difícil para o Brasil é principalmente o trio formado pela meio-campista Amandine Henry, a atacante Eugénie Le Sommer e a zagueira Wendie Renard. As três são jogadoras do Lyon — campeão europeu de clubes pelo quarto ano consecutivo. Renard, com seus 1,87 m, merece especial atenção. A zagueira marcou três gols na primeira fase. A altura e a precisão confere a ela privilégio no jogo aéreo — o que para o Brasil pode ser um problema, como mostrou a derrota para a Austrália.
Outro aspecto que pode interferir na partida é o fator casa. Jogando com o apoio massivo da torcida, a França poderá motivar-se ou sentir o peso da pressão de vencer em casa. Que confirme-se, então, a segunda possibilidade.
Veja tabela da segunda
fase da Copa do Mundo
Feminina na página 21