Desde o final de 2017, quando deixou de ser Uniclinic e ganhou nova identidade, o Atlético-CE é um clube que vive processo gradativo de reconstrução. Mais do que fazer da Águia da Precabura uma das grandes forças do futebol local, o arrendatário da equipe, o jogador Ari, atacante cearense que atua no futebol russo, tenta revitalizar a estrutura do Centro de Treinamento Ninho da Águia, no bairro Lagoa Redonda, cuja área é grandiosa, mas carece de melhorias.

Em visita ao CT do clube esta semana, O POVO verificou que o vestiário dos atletas é acanhado. A academia e o refeitório possuem estrutura modesta. A sala de vídeo e a de reuniões, apesar de pequenas, são climatizadas e bem conservadas. Já o campo principal, o antigo estádio Antônio Cruz, conta com grama bem desgastada e hoje serve de palco apenas para os treinos do time sub-20 e escolinhas que a equipe mantém aos fins de semana. Um contraste aos dois campos auxiliares, onde o elenco profissional treina, contando com grama em ótimo estado.

Convivendo com misto de limitações e constantes melhorias estruturais, o Atlético-CE conta com rodagem de quase dois anos de resultados significativos. Após duas boas campanhas consecutivas no Campeonato Cearense — foi terceiro em 2018 e quinto em 2019 —, além de participação na Copa do Brasil deste ano, os atleticanos visam coroar a temporada com o acesso à Série C do Brasileiro. Para isso, precisam passar por três duelos de mata-mata. O primeiro deles começa amanhã, quando a equipe faz a ida da segunda fase do nacional contra o Bragantino-PA, às 16 horas, no estádio Diogão, em Brangança (PA).

Ao passo em que luta para subir de divisão, a Águia segue sonhando alto também fora das quatro linhas. O projeto ambicionado por Ari prevê a transformação do atual estádio em arena padrão Fifa. "Nós temos um projeto a longo prazo. Não sou louca de dizer que mandaremos nossos jogos aqui na Lagoa Redonda no próximo ano. Mas nada nos impede de sonhar. O nosso hino diz isso. Não vai ser da noite para o dia, mas vamos construir um dia sim", afirmou a presidente do clube, Maria Vieira.

Para o técnico Luan Carlos, que treina a equipe desde o renascimento do clube como Atlético-CE, o investimento na modernização ajudaria a equipe a se aproximar da torcida. "Vejo que o nosso espaço tem potencial para mandar jogos, até para que a gente consiga aglomerar a vizinhança, o bairro, se tornar um clube que realmente represente a Lagoa Redonda", projeta.

Gerson Barbosa/Especial para O POVO

A vitória por 3 a 0 do Floresta sobre o Santa Cruz-RN com três gols de Paulo Vyctor, no último domingo, rendeu a classificação ao Verdão da Vila Manoel Sátiro ao mata-mata da Série D. A conquista, porém, é reflexo de trabalho longo, que resultou numa estrutura moderna, trabalho de base sólido e a confiança de quem trabalha na casa.

É o caso do atual treinador, Raimundinho Vágner, que foi auxiliar do ex-técnico Paulinho Kobayashi e esteve presente na campanha do título da Taça Fares Lopes 2017 e na boa campanha no Cearense 2018. Ele assumiu o comando da equipe interinamente após a saída do antecessor e, após bons resultados, foi efetivado para o restante da Série D. E o fato de ter visto a criação da estrutura de jogo atual foi fundamental para Raimundinho.

"Auxiliei o Paulinho Kobayashi e vimos muito o que foi feito da estrutura do time. No final do Cearense, por exemplo, já tínhamos um desenvolvimento desse elenco, principalmente com os novos jogadores. Essa estrutura toda vem muito desse trabalho da base feita da pré-temporada para cá. Trabalho do Paulinho foi fundamental, nós demos continuidade e só acrescentamos algumas coisas", declarou, entre elogios às categorias de base do clube.

No time principal do Verdão, 17 dos 27 jogadores foram formados no clube. Entre os titulares, dois atletas de 18 anos, Matheus e Eugênio. O lateral-direito Danrley Alves, 23, figura entre os 11 há duas temporadas, mas está na agremiação desde 2014. Assim, ele viu toda a evolução estrutural do time, que hoje abriga treinamentos (e elogios) de clubes como Vasco-RJ e Cruzeiro-MG.

"Foram muitas melhorias que influenciam em tudo. Dá todo o suporte aos jogadores e comodidade para que o atleta faça o que mais gosta de fazer, ainda mais um clube do patamar do Floresta", garante Danrley.

Hoje, o Floresta dispõe de cinco campos com os padrões de jogo para treinamento, academia moderna, vestiários, banheiros, refeitório, cozinha e alojamentos. Prédio com piscina e banheiras de hidromassagem destinado ao elenco profissional está sendo concluído. A estrutura da sede, às margens da Lagoa do Mondubim, é tão boa que, segundo relatos, o presidente do Vasco, Alexandre Campello chegou a questionar como o Floresta não está na Série A.

Com objetivo ambicioso de estar na Série B em 2022, o Floresta aposta em estrutura, confiança, trabalho de base e apoio. Na segunda fase da Série D, a equipe enfrenta o Moto Club-MA. P primeiro jogo é nesta segunda-feira, 17, no estádio Presidente Vargas, às 16 horas.

Retomada

O Floresta começou a Série D mal, com apenas um ponto em três jogos. Nos três últimos, porém, reagiu, com duas vitórias e um empate, e passou à 2ª fase pelo saldo de gols, eliminando o River-PI

Campanha

O Atlético terminou a 1ª fase da Série D como líder do Grupo C, com a campanha de cinco vitórias e uma derrota em seis jogos. O time tem mandado seus jogos no PV e possui média de 206 pagantes
por jogo.