Após semanas turbulentas sob holofotes policiais até a desconvocação de Neymar, a seleção brasileira masculina chega à Copa América em casa pressionada por jejum de 12 anos sem o título do torneio. A estreia acontece hoje, contra a Bolívia, no estádio Morumbi, em São Paulo.
Com a principal estrela sob investigação por suspeita de estupro, a Canarinho teve preparação tumultuada. Neymar, porém, se lesionou, foi cortado e Willian é o substituto.
Outro fator de controvérsia é o técnico Tite, que nunca foi tão questionado desde que assumiu o cargo, em 2016. Com a imagem desgastada, o treinador virou alvo de críticas por proteção exagerada ao camisa 10.
Unanimidade até a última Copa do Mundo, Tite passou a conviver com a pressão não somente pela eliminação na Rússia, mas principalmente pela falta de postura firme junto a Neymar — que já estava mergulhado em outras polêmicas antes da acusação de estupro. O camisa 10 só perdeu a braçadeira de capitão da seleção após agredir um torcedor, enquanto o meia-atacante Douglas Costa ficou fora de convocações depois de cuspir em um adversário.
No fim das contas, a lesão do atacante acabou sendo recebida com uma mescla de decepção e alívio. Por um lado, o time perdeu seu craque. Por outro, a atmosfera conturbada esvaiu-se.
A opção por Willian no lugar de Neymar também foi criticada. Convocar o jogador de 30 anos foi interpretado como ação a curto prazo e de não renovação. Jogadores mais jovens, como Vinicius Júnior, 18, e Lucas Moura, 26, foram preteridos.
Jogando em casa, o Brasil é sempre favorito nesta competição que abre os testes para o Catar-2020. Mais que os jogadores, o torneio pode ser decisivo para Tite.
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