O primeiro objetivo do Ceará no Brasileirão era, até a pausa do campeonato em prol da Copa América, somar o máximo de pontos possível e se afastar da zona de rebaixamento. O Vovô já conseguiu isso, e tem a chance de ir além. Hoje, quando enfrentar o Vasco, às 19h15min, no estádio São Januário, o Alvinegro terá a missão de terminar as primeiras nove rodadas de forma sólida.
Em caso de triunfo, o Ceará chegará aos 13 pontos e poderá terminar a rodada entre os dez primeiros colocados. Se atingir esta marca, o Vovô vai superar a pontuação obtida nas primeiras 16 rodadas do ano passado, o que dá dimensão do quanto o início desta Série A tem sido mais sólido o de 2018.
Para isso, porém, será preciso maior efetividade. São duas partidas seguidas sem marcar gols e muitas oportunidades desperdiçadas. Para isso, o técnico Enderson Moreira poderá promover mudanças no sistema ofensivo, e Matheus Gonçalves é um dos que pode ganhar vaga no ataque titular, apesar de o treinador tentar despistar a escolha.
"Acho que o Matheus é um jogador que, se não tivesse sofrido uma lesão, já teria iniciado um jogo. Vou avaliar (se ele será titular), mas é possível", disse.
Ausência certa é o atacante Ricardo Bueno, que sequer viajou com a delegação para o Rio de Janeiro e tem possibilidades de deixar o elenco.
Do outro lado, o Ceará encontrará adversário que vive situação complicada. Com apenas seis pontos e somente uma vitória em oito jogos, o Vasco passa por momento difícil.
Apesar da situação complicada na tabela e de problemas extra-campo, como disputas políticas e salários atrasados, o Cruz-Maltino vem embalado por vitória sobre o Internacional-RS, na última rodada. O time carioca sabe da necessidade de pontuar contra o Vovô.
"É importante vermos este jogo como estratégico por tudo o que ele representa. Se ganharmos duas seguidas damos um salto na pontuação e vamos poder trabalhar com tranquilidade no recesso para a Copa América", disse o volante Andrey.
Brasileirão 2019
Vasco
4-3-3: Fernando Miguel, Yago Pikachu, Wesley, Ricardo Graça e Danilo Barcelos; Raul, Andrey e Marcos Jr; Rossi, Tiago Reis e Marrony. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Ceará
4-2-3-1: Diogo Silva, Samuel Xavier, Valdo, Luiz Otávio e Thiago Carleto; Fabinho e Ricardinho (Pedro Ken); Fernando Sobral, Thiago Galhardo e Matheus Gonçalves (Ricky); Bergson. Técnico: Enderson Moreira
Local: São Januário, no Rio de Janeiro
Data: 13/6/2019
Horário: 19h15min
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Daniel Luis Marques (SP)
Transmissão: Rádio O POVO CBN (FM 95.5 e AM 1010), Tempo Real em opovo.com.br/esportes e Premiere
Brancaleone
O futebol anda tão nivelado que não é estranho nessa Série A nacional uma equipe de um estado menor vencer um desses grandes de Rio ou São Paulo. Geralmente os pequenos ficam trancados na defesa a espera de uma bola para o gol da vitória.
Quem viu o Vasco em São Januário, na semana passada, contra o Internacional, deve estar achando o futebol o mais injusto dos esportes coletivos. O Vasco mal pegou na bola. Só dava Inter, que passava a ideia que poderia ganhar no momento que bem entendesse.
Era tamanho o domínio do adversário que o Vasco ficou correndo atrás da bola. E o locutor dizendo que o Vasco precisava aprender a sofrer. Ora! O clube caiu de divisão duas vezes nos últimos anos e aparece alguém dizendo que o Vasco precisa aprender a sofrer.
O locutor deve ter lá suas razões. Conforme canta o poeta vascaíno e príncipe do samba, Paulinho da Viola, a razão está sempre com dois lados. E o Vasco marcou, marcou e marcou. No finalzinho do primeiro tempo a defesa do Inter vacilou e o Vasco foi ao vestiário com dois gols de vantagem.
No segundo tempo a pressão aumentou. O Inter veio para cima e o Vasco se fechou. Jogo de ataque x defesa. Cada vez que um vascaíno dava um chutão para frente e afastava a bola para o mais longe possível de sua área a torcida ia ao delírio.
Sempre que vejo uma equipe acuada torcendo para que o jogo se acabe recordo o Incrível Exército de Brancaleone. Um divertido clássico do cinema italiano, no qual Brancaleone lidera um pequeno e desastrado exército perambulando pela Europa da Idade Média em busca de um feudo.
A tática de Brancaleone contra-atacar é igual à do futebol. Ficam todos juntinhos do jeito que podem, se livrando das investidas do adversário e de vez em quando um escapa para dar uma ferroada no inimigo. Vez por outra um ataque bem sucedido e retomam-se as posições.
Dominado durante toda a partida, o Vasco terminou vencendo por 2 a 1. O futebol permite isso. Uma partida pode ser decidida de várias maneiras e nem sempre o melhor vence. Quando isso acontecia, o falecido técnico Gentil Cardoso dizia: "Deu zebra".