De Conceição do Jacuípe, cidade baiana com pouco mais de 32 mil habitantes, passando pelo interior de São Paulo até desembarcar em Fortaleza. Da quarta divisão do Campeonato Paulista para a elite do futebol nacional. Esta é a trajetória de Júnior Santos, 24 anos, artilheiro do Tricolor do Pici no ano, com dez gols. Na segunda-feira, o atacante foi determinante para a classificação do time às semifinais do Nordestão ao balançar as redes duas vezes.

Sem ter passado por categorias de base de qualquer clube, o jogador de quase 1,90m viveu reviravolta e ascensão meteórica na carreira. Em 2017, o artilheiro do Fortaleza estava longe do futebol cearense e vestiu a camisa do Osvaldo Cruz para disputar a quarta divisão do estadual de São Paulo, em torneio para jogadores até 23 anos.

O ano de 2018, momento importante para o Tricolor - recomeço do clube na Série B do Campeonato Brasileiro após oito anos na Terceirona -, também foi marcante para Júnior Santos. O agora centroavante tricolor disputava pela primeira vez competição profissional. Vestindo a camisa do Ituano, ele jogou a Série A do Paulistão.

Dentro de campo, impressionou. A carreira começou a mudar. A Ponte Preta apostou nele e o levou do Ituano. Terminou a temporada tendo disputado Copa do Brasil e Série B do Brasileiro, torneios que até então só assistira pela TV.

Com o desempenho na Macaca, despertou o interesse do Leão, que lhe contratou com vínculo longo de três anos. Acreditando no futebol do baiano, o Fortaleza comprou 50% dos direitos econômicos do jogador. E a aposta tem dado certo.

Júnior chegou ao Fortaleza com a responsabilidade de assumir o posto deixado por Gustavo, que terminou o ano passado como o principal destaque do Fortaleza e com 30 gols, sendo o maior goleador do País. Iniciada a temporada, o atacante nascido em Conceição tem ganhado a confiança da torcida com gols.

Preciso de apenas 16 jogos para marcar os dez gols até agora. O número positivo é resultado de trabalho forte nos treinamentos e de cobrança do técnico Rogério Ceni. No último jogo, contra o Vitória-BA, o baiano abriu o placar de cabeça e cruzou o campo para comemorar com o técnico.

"O Rogério tem trabalhado bastante. Nessa semana, trabalhou bem a finalização. Quando cheguei aqui, não era muito minha especialidade estar cabeceando. E já fiz meu segundo de cabeça. Quando faço de cabeça, vou nele porque trabalhou bastante isso individualmente", comentou o atleta.

A artilharia de Júnior não se restringe apenas ao elenco tricolor. Os dez gols até o momento lhe colocam entre os artilheiros do Brasil. Na Copa do Nordeste, o atacante fez oito e divide o posto com Gilberto, do Bahia, time já eliminado da competição.

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MARCA

Os dez gols marcados já superaram a melhor marca anual de Júnior Santos. No ano passado, ele marcou nove gols em 38 jogos pela Ponte Preta