A diretoria do Ferroviário solicitou à CBF para mudar o local da partida contra o Corinthians, válida pela Copa do Brasil, para Londrina, no Estádio do Café. A transferência de mando para outro Estado é fruto de negociação do time coral com empresa paranaense.

O valor da venda do mando não foi informado, mas o clube admite que fica entre R$ 400 mil e R$ 500 mil, valor bastante considerável, uma vez que a cota de participação do Tubarão na competição é de R$ 525 mil.

O diretor de futebol do Tubarão, Francisco Neto, diz que a decisão de pedir a  retirada do jogo do Castelão foi pensada puramente pelo aspecto financeiro. 

"Se o jogo fosse aqui, não sobraria R$ 80 mil para nós. Imaginávamos um público de no máximo 16 mil, mas a previsão era 14 mil", explica o dirigente.

Para chegar a essa conclusão, Neto diz que verificou a quantidade de torcedores visitantes da partida Ceará x Corinthians, pela Brasileiro Série A 2018 - foram 8.429 -, bem como o público da final da Série D, entre Ferroviário e Treze, no Castelão, que ficou em 6.667 pessoas.

A questão da divisão da renda, de 60% para quem avançar e 40% para quem ficar pelo caminho, também fez com que o Ferroviário olhasse a proposta de vender o mando de campo com bons olhos. "Durante uma temporada surgem muitas despesas extras que não estão no orçamento e futebol é muito caro. A gente está pensando muito na Série C", comentou.

Diferente do que havia dito, a direção do clube fez o pedido de mudança antes de o dinheiro acordado com a empresa ser pago.

O torcedor coral parece ter entendido a escolha do time, apesar de não ter gostado muito. "Não adianta se iludir, o Ferroviário não está em condições de recusar proposta. Apesar de tudo que ganhou ano passado, ainda não está no patamar de time grande. Lá é na moedinha. Acho que os dirigentes tomaram essa decisão de coração partido", disse o professor Saulo Maia, que não perde nenhuma partida do Tubarão.

Outro torcedor de arquibancada, o coordenador de operações digitais Thiago Frota, cita um outro aspecto interno do Ferroviário. "O time, infelizmente, não tem uma grande quantidade de torcedores que se fazem presentes ao estádio. E a venda traria uma ótima receita. Quem é contra e egoísta", disse.

O técnico Marcelo Vilar disse preferir atuar em casa, onde está acostumado, mas admitiu que entende a decisão da diretoria.