Dois anos após ser anunciado oficialmente, o setor especial para torcidas organizadas no Castelão deve finalmente sair do papel. Com o equipamento sob gestão do Governo do Estado até a definição de uma nova licitação de concessão, que só deve acontecer em outubro de 2019, a ideia é concluir a setorização do estádio proposta em janeiro de 2017 pelo Plano Estadual de Pacificação e Regulamentação das Torcidas Organizadas.
[SAIBAMAIS]
Em resumo, as organizadas vão descer para o anel inferior do estádio e ocupar os dois espaços atrás das traves. Para que isso aconteça, as cadeiras dos locais serão retiradas. O anúncio foi feito pelo secretário do Esporte, Euler Barbosa, em entrevista ao programa Trem Bala, da TVC.
"Foi feito um estudo e nós estamos trabalhando isso em um conjunto de reuniões com as organizadas, Polícia Militar e o Ministério Público. Chegamos a essa decisão e isso só poderia ser feito quando o estádio estivesse sob nossa jurisdição", explicou Barbosa, alegando que essa setorização já ocorre em estádios modernos mundo afora.
Existem, no entanto, pequenas mudanças da ideia original. Uma delas é que se o torcedor comum quiser se juntar às organizadas para torcer em pé, poderá. O contrário, no entanto, não será permitido. No projeto original, a reserva do setor sem cadeiras apenas para os grupos de torcida exigiria deles um cadastramento, o que identificaria os presentes no local. A permissão da entrada do torcedor comum, que não é cadastrado, se ele assim quiser, desvirtua isso.
Essa mudança vai de encontro ao que pensa o responsável pelo Batalhão de Eventos da Polícia Militar, tenente-coronel João Batista Farias. "O mais importante de eles ocuparem aquele lugar é que sejam todos cadastrados, porque aí teremos o controle de quem entrar ali", defende. Coronel Farias admite conversas avançadas com o Núcleo Permanente de Ações Integradas de Combate à Violência nos Estádios de Futebol da Capital (Nudtor) sobre o setor de organizadas, mas faz ressalvas de que algumas estatísticas ainda serão reavaliadas. Quanto à retirada de cadeiras, ele alerta que será necessário implantação de barras anti-esmagamento.
Em relação à primeira vez que o plano de setorização foi apresentado e não vingou, o secretário da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude do Gabinete do Governador (Cojuv), David Barros, disse que os clubes ficaram receosos com prejuízos e perdas de mandos de campo (por possíveis invasões). À época, os clubes confirmaram o posicionamento.
O secretário Euler Barbosa informou que logo no início de 2019 vai abrir licitação para acessibilidade e setorização do Castelão e acredita que até o meio do ano tudo estará pronto.