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| Imbróglio | Presidente da Conmebol confirma que final do principal torneio sul-americano será em Madri, na Espanha
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Fim do mistério. O Santiago Bernabéu, em Madri, na Espanha, será o palco do duelo decisivo entre River Plate e Boca Juniors pela final da Copa Libertadores 2018. A partida foi retirado da Argentina por conta da confusão ocorrida nos arredores do Monumental de Núñez, estádio do River, no último sábado, 22. O jogo está marcado para o dia 9 de dezembro, às 16h30min (de Fortaleza).

 

Quem confirmou a informação foi o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez. "Entendemos que a cidade Madri agrega a todas as necessidades. É a cidade mais segura. A bola vai rolar", afirmou o mandatário.

 

Também ontem, a Conmebol anunciou duas importantes decisões em relação à turbulenta decisão. O River Plate terá de jogar com portões fechados suas duas próximas partidas em competições continentais e o Boca Juniors está obrigado a entrar em campo para a segunda partida da final. Os Millonários terão ainda de pagar multa de US$ 400 mil (cerca de R$ 1,54 milhão).

 

O Boca Juniors havia entrado com um pedido para que o River Plate fosse desclassificado, o que daria o título aos xeneizes. A Conmebol, no entanto, descartou esta possibilidade.

 

O duelo entre os rivais argentinos no Monumental foi adiado por conta de um ataque dos torcedores do River ao ônibus do Boca Juniors. Atingido por estilhaços de vidros, o capitão xeneize Pablo Pérez sofreu ferimentos no braço esquerdo e nos olhos, precisando ser encaminhado ao hospital.

 

Já atletas como Tévez, Ábila, Benedetto e Nández sofreram com os efeitos de gás de pimenta. Os jogadores, assim como dirigentes e comissão do Boca, relutaram em entrar em campo. Desse modo, o clube pediu a suspensão da partida.

 

Domínguez alegou que a segurança, a disponibilidade e a cultura futebolística foram os fatores decisivos para a escolha da capital espanhola. As duas torcidas estarão presentes no confronto. Doha (Qatar), Medellín (Colômbia) e Miami (EUA) foram os principais concorrentes de Madri para sediar a final.

No jogo de ida, realizado no dia 11 de novembro na Bombonora, estádio do Boca Juniors, o time da casa ficou no empate em 2 a 2 com o River Plate. Quem vencer o jogo davolta é campeão. Novo empate leva a pênaltis. (Das agências)

 

Argentino

Dedicados à Liberta, os gigantes fazem campanha discreta no Argentino. O Boca é o 6º (com um jogo a menos) e o River 14º (com três a menos)

 

Copa Conquistadores da América

 

Quando Simón Bolívar disse, em Roma, que lutaria para libertar a América da dominação espanhola, ele não esperava que séculos depois alguém ignoraria e pisaria nos seus feitos e de muitos outros. A Conmebol, por meio de seu presidente, Alejandro Domínguez, bateu o martelo ontem para que o segundo jogo da final da Libertadores 2018, entre Boca Juniors e River Plate, fosse jogado no Santiago Bernabéu, em Madri, na Espanha.

 

Nada mais irônico, não? Um torneio que leva nome de Libertadores da América ter a maior final da sua história disputada na Espanha. Isso é pisar na história sul-americana, que tanto batalhou para sair das garras espanholas. Basicamente a solução conseguiu ser mais esdrúxula que o problema. Vergonhoso, eu diria. Mas isso é algo que a "Nova Conmebol" - que de nova não tem nada - tem se especializado.

 

Isso é grave porque durante mais de 300 anos a maior parte da América do Sul foi colonizada pela Espanha, que a explorou até onde não dava as regiões. Simón Bolívar e muitos outros revolucionários conseguiram libertar algumas colônias. José de San Martin outras. José Artigas foi outro agente, no Uruguai.

 

Todo esse trabalho feito por estes e outros personagens fizeram por merecer a homenagem presente no nome do maior torneio futebolístico do continente. 

 

Copa Libertadores da América. Competição criada no século XX e que acabou virando, com o tempo, a obsessão dos clubes que a disputam. Certame elogiado pelo mundo por suas festas grandiosas nos estádios apertados. Mas no Bernabéu, um estádio (teatro?) típico europeu, isso deve passar longe.

 

A história foi ignorada, os sul-americanos pisoteados e os torcedores deixados de lado. Cenário gravíssimo para quem acompanha o futebol sul-americano e vibra com as grandes festas que as torcidas - principalmente as argentinas - fazem em seus estádios. O Monumental de Núñez não será o grande palco da final por causa de seus habitantes, que atiraram pedras no ônibus do Boca e gás de pimenta no vestiário do adversário.

 

Aliás, bela punição essa, não? Depois de tudo o que aconteceu, o River vai disputar a final e no Santiago Bernabéu, um dos grandes palcos do futebol mundial - embora morto de vibrações mesmo em jogos do Real Madrid. 

 

Cenário imperfeito para o jogo perfeito. O Superclássico argentino numa final de Libertadores da América será disputado em Madri, na Espanha. Longe de seus torcedores, mas perto do dinheiro. Solução talvez pior que o problema. Parabéns aos envolvidos.

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