O apelido é de umas quatro temporadas atrás, mas bem que ele poderia ter recebido este ano. Afinal de contas, são 25 gols em 31 jogos e possibilidades claras de aumentar ainda mais esta marca. A camisa do Fortaleza fez bem a "Gustagol", alcunha perfeita para definir Gustavo Henrique da Silva Sousa, que ostenta a 9 do Leão e é o artilheiro do Brasil em 2018 até aqui.
O desempenho do centroavante chama atenção pelos números. Por isso, O POVO decidiu esmiuçar os gols feitos por ele e as informações levantadas desmistificam algumas impressões equivocadas que o torcedor pode ter sobre o jogador.
Que Gustavo é uma arma quase letal nas bolas aéreas ninguém tem dúvidas. As cabeçadas chegam a ser uma marca registrada do atacante. O fato, entretanto, é que ele passa longe de ser apenas um cabeceador. O artilheiro tricolor marcou 11 dos 25 gols que contabiliza com o pé direito, quantidade idêntica à das vezes que balançou as redes adversárias após um cabeceio. A perna canhota não é a boa, mas ele já marcou três vezes com ela.
Centroavante típico, Gustavo é também o rei da grande área. Os mapas de calor das partidas que ele participa evidenciam isso, mas se você não tiver acesso a nenhum deles, os gols também desnudam essa característica. Com exceção do gol de falta marcado contra o Guarani-SP, na partida de estreia da Série B do Brasileiro, todos os outros foram marcados nas duas áreas. Não há preferência entre elas. O jogador marcou a mesma quantidade de tentos na grande e na pequena área: doze.
O número de gols na grande área só não é maior porque Gustavo teve dois problemas no Campeonato Cearense. Na vitória do Tricolor sobre o Iguatu por 3 a 1, ainda na 1ª fase da competição, um gol de cabeça de Gustagol foi anulado. Em outra partida, contra o Floresta, vencida pelo Leão por 3 a 2, também na fase inicial, o atacante cobrou um pênalti e converteu, mas o árbitro mandou voltar. Na sobra, o goleiro Mauro defendeu.
Sobre pênaltis, Gustavo não marcou nenhum assim até agora. Mesmo como artilheiro, o cobrador oficial do Fortaleza é o lateral-esquerdo Bruno Melo.
Em compensação, Gustavo balançou as redes de muitas outras formas. Teve um misto de voleio e bicicleta, contra o Maranguape, e outro voleio clássico, durante uma queda frente ao Iguatu no Estadual, por exemplo. De peixinho, ele marcou contra Ceará e Tiradentes, na mesma competição. Quando não havia espaço para mostrar categoria, a raça se sobressaiu e teve também gol de carrinho em Clássico-Rei.
Na Série B do Brasileiro, Gustavo mostrou uma qualidade até então desconhecida e acertou uma cobrança de falta na gaveta, bem ao estilo do técnico Rogério Ceni. Saber se posicionar também é um mérito de atacante e contra o Figueirense ele estava no canto certo e na hora certa para pegar um rebote.