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Postura do Itamaraty divide opiniões
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Postura do Itamaraty divide opiniões

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Antes mesmo de começar a Copa, o assunto já gerava polêmica. A lei nacional da Rússia não pune apenas cidadãos LGBT russos. Quando o País recebe o evento internacional, os turistas também são submetidos à mesma regra. Assim, podem pagar multas e, inclusive, ser extraditados. Pensando nisso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, incluiu no Guia Consular do Torcedor Brasileiro recomendações à comunidade LGBT que foi à Rússia.


“Não são comuns na Rússia manifestações intensas de afeto em público. Em particular, recomenda-se à comunidade LGBT evitar demonstrações homoafetivas em ambientes públicos, que podem ser consideradas ‘propaganda de relações sexuais não tradicionais feita a menores’ e enquadradas em lei que prevê multa e deportação.

Evite manifestar-se publicamente sobre temas políticos, ideológicos, sociais e de orientação sexual”, aconselha o guia.

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Em coletiva à imprensa, a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Itamaraty, embaixadora Luiza Ribeiro Lopes da Silva, disse que a expectativa era de que regras como essas não fossem aplicadas a todos os turistas de forma absoluta. “No entanto, nosso papel (por meio desta cartilha) é preventivo, no sentido de evitar problemas para os brasileiros que participarão do evento”, disse.


O posicionamento do órgão divide opiniões. Para Fabiano Távora, presidente da Comissão de Direito Internacional da OAB Secção Ceará, “a postura do Itamaraty está correta”. “O Itamaraty não está concordando ou discordando da legislação da Rússia, ele está apenas ensinando como o brasileiro deve se comportar na Rússia”.

Já para Lílian Viana, da Comissão Nacional da Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Federal) e do Conselho LGBT de Fortaleza, o Itamaraty acaba por “corroborar com todo um sistema arcaico, misógino, e que vai totalmente contra as lutas do mundo de liberdade de expressão, gênero e orientação sexual”.

 

Além dos registros de homofobia, a Copa da Rússia também tem sido marcado pelo machismo. Caso de assédios contra mulheres.

Jornalistas de veículos de vários países foram assediadas, inclusive por torcedores brasileiros.

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