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Croata defende país de acusações de nazismo e ultranacionalismo
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Croata defende país de acusações de nazismo e ultranacionalismo

Defesa. Presidente de comunidade croata no Brasil defende seleção de acusações de neonazismo e ultranacionalismo
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“Acho triste ter que justificar para você sobre isso em vez de discutir sobre quem joga bem”.


A afirmação é de Tomislav Correia-Deur, professor de Literatura e presidente da Croatia Sacra Paulistana, comunidade de croatas no Brasil, em entrevista ao O POVO, após questionamento sobre as acusações à seleção da Croácia, finalista da Copa do Mundo, de manifestações de ultranacionalismo e neonazismo.


Nascido em São Paulo, Tomislav é filho de imigrantes croatas que vieram ao Brasil entre o fim da década de 1950 e começo de 60, fugindo do regime comunista em vigor no país do leste europeu.

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Hoje, ele estará junto aos cerca de 300 membros da comunidade de croatas em São Paulo para assistir, com orgulho, a seleção da Croácia, um país de pouco mais de 4 milhões de habitantes marcado por guerras e conflitos políticos, disputar pela primeira vez a final da Copa do Mundo.


A participação da equipe comandada pelo meio-campista Luka Modric no Mundial na Rússia é cercada por polêmicas. Apesar do desempenho em campo, o time ganhou repercussão negativa após vídeos protagonizados pelos zagueiros Vida e Lovren circularem nas redes sociais.


As imagens repercutiram no âmbito político, sendo interpretadas como provocações à Rússia e aos Sérvios, assim como supostas exaltações ultranacionalistas e neonazistas. Um assistente técnico da Croácia chegou a ser multado e afastado pela Federação Croata de Futebol por conta de um dos episódios.


No Brasil, os casos envolvendo a seleção croata tiveram bastante repercussão. Para Tomislav, os episódios foram tratados de forma equivocada. “Acho uma pena. É uma reação meio exagerada. Não estou fazendo apologia ao neonazismo. Só que existia um movimento de extrema-direita na Croácia, nos anos 40, e dizer que agora todo Croata que ama a pátria é nazista, é sacanagem”, comenta o professor.


Para o presidente da comunidade croata em São Paulo, houve “má-fé sem precedentes” e “injustiça” na interpretação dos vídeos e na cobertura jornalística. “Parece que qualquer gratidão nacional, alusão nacional, é nazismo. Espero que a seleção não esteja muito preocupada com isso”, disse.


Polêmicas a parte, os croatas estão muito felizes com a seleção nacional e a oportunidade de divulgar o nome do país, segundo Tomislav. “O Mandzukic representa um traço muito forte do caráter croata. A gente está cerrado, tão batendo, mas a gente continua levantando e fazendo o que tem que ser feito. Isso incomoda muita gente. É um povo que tem garra.”

 

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