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Julio Gomes: Show do Bilhão
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Julio Gomes: Show do Bilhão

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Tipo Notícia
A convenção é dizer que este estádio é um “monumento à corrupção”. Mas que é bonito, é... A Arena de São Petersburgo é, talvez, a mais bela que já vi na vida. De longe, tem estilo disco voador, com “antenas” em cima que só aprofundam a comparação. Por dentro, arquibancadas verticais, tipo as do Mané Garrincha, de Brasília. Se nosso monumento dos corruptos passou de R$ 1 bilhão (mais ou menos, já sabem, não precisamos ser assim tão exatos, não é mesmo?), o dos russos ficou para lá de 1 bilhão de euros. É, portanto, o estádio mais caro da história.

 

Como se ganha dinheiro nessa coisa de Copa do Mundo! Ou, como se gasta, enfim. Depende do ângulo. Gramado retrátil, cobertura feita para derreter a neve, o estádio do Zenit São Petersburgo é cheio de frufrus. Mas que é bonito... ah, isso é. Já falei isso, né? Vale repetir quantas vezes for preciso.


O Brasil terá um grande apoio nas arquibancadas. Ao contrário do que vi nos meus outros quatro Mundiais, percebo a torcida brasileira mais animada desta vez. Parece que o show que os argentinos deram quatro anos atrás em nossas ruas criou uma sensação de que somos ruins demais torcendo. A recepção à seleção na chegada aqui em São Petersburgo foi calorosa, tocou os jogadores. Inventaram musiquinhas e tudo o mais. O ônibus chegou ao hotel cercado de gente, o que é comum vermos no futebol de clubes, raro no de seleções.


Ainda temos que remar muito para chegar ao nível dos argentinos. Torcendo, não tem nada igual. Mas eles têm mais com o que se preocupar no momento. Afinal, jogando bola estão uma verdadeira porcaria — dificilmente conseguirão passar de fase após a humilhação contra a Croácia.


Aqui na Rússia, para onde quer que se olhe, vemos latino-americanos passeando. Muito mais do que europeus. O problema é que peruanos e argentinos já podem ir fazendo as malas. A festa foi curta para eles. Pelo menos os peruanos estão cheios de orgulho. Já os argentinos...


A verdade é que o futebol está muito equilibrado hoje em dia. Realmente, qualquer um pode ganhar de qualquer um. Menos, claro, a Costa Rica contra o Brasil. Afinal, a seleção vai jogar em casa. Na casa do bilhão.

 

Julio Gomes

esportes@opovo.com.br

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