Logo O POVO+
Mais do mesmo
Esportes

Mais do mesmo

Edição Impressa
Tipo Notícia Por

O ótimo trabalho de Marcelo Chamusca desde que chegou ao Ceará em meados de 2017 não foi repetido na Série A. O técnico cometeu erros relevantes nos seis jogos da primeira divisão, especialmente nas mudanças táticas exageradas – algumas jamais testadas – e na insistência com alguns jogadores sem rendimento.


Ainda assim, sua demissão foi precipitada. É mais do mesmo, compreensível apenas no cenário surreal do futebol brasileiro. Serve como justificativa da diretoria – acostumada a demitir técnicos – para a montagem de um elenco até agora capaz de somar apenas três pontos em 18.


Chamusca sai de cena tendo conquistado o acesso para a Série A em 2017, o título estadual em 2018 e a classificação tranquila para a segunda fase da Copa do Nordeste, deixando a equipe a um empate (0x0, 1×1 ou 2×2) das semifinais.


O Ceará perde um treinador capacitado, com amplo conhecimento do elenco e preparação física, mas em uma relação tão frágil, bastaram sete jogos sem vencer para a demissão. Seus auxiliares diretos, Caé Cunha e Roger Gouveia, também saíram, mas o trio deixa um legado importante.


Já Jorginho chega ao clube precisando reerguer seu trabalho. Grande jogador na lateral direita e no meio-campo, ainda não fez em 13 anos como treinador nada parecido.


Suas melhores passagens no Brasil - ganhou dois títulos no Japão pela Kashima Antlers em 2012 - foram pelo Figueirense, na Série A em 2011 e em alguns momentos no Vasco (2015 e 2016, com título estadual e boa Série B). No Flamengo ficou pouco porque a eliminação do estadual e o ruim início de Série A 2013 culminaram em demissão. No mais, seus trabalhos têm aproveitamento baixo, usualmente montando equipes no 4-2-3-1. Deixou o Bahia em 2017, clube mais recente em que atuou, com apenas 38% dos pontos conquistados. No Goiás, em 2010, e na Ponte Preta, em 2013, ficou em torno de 37%, mas chegou às finais da Copa Sul-Americana.O Ceará também precisa de Jorginho, o que torna o ânimo da relação equânime. A necessidade comum: permanecer na Série A. Longe de ser uma certeza ou uma incerteza, é uma aposta


FERNANDO GRAZIANI

fernandograziani@opovo.com.br
O que você achou desse conteúdo?