[SAIBAMAIS]
Sem qualquer dificuldade, o Rubro-Negro construiu o placar e administrou a partida. Com apenas três rodadas, ficou claro que somente o entrosamento adquirido desde a temporada passada não é suficiente para uma campanha regular na elite.
Para encarar o Flamengo, o técnico Marcelo Chamusca decidiu sair do 3-4-3 e escalar um 3-5-2, apostando em Reina como meia de ligação. A intenção era ganhar o meio campo e aumentar a criação de jogadas ofensivas.
No início até que foi equilibrado, com as equipes trocando muitos passes, sem marcação mais cerrada, mas, com vinte minutos de bola rolando, ficou evidente que a estratégia adotada não surtiria efeito.
O maior volume de jogo na primeira etapa foi do Flamengo. Com jogadas rápidas e passes longos, o time carioca passou a pressionar o Ceará. Antes de Vinícius Júnior abrir o placar, aos 41 minutos, com um leve toque que encobriu o goleiro Everson, Diego e Vinícius Paquetá já tinham finalizado duas vezes cada um, o que poderia ter ocasionado um placar mais elástico antes do intervalo.
Não havia dúvidas de que o Alvinegro precisava de mudanças, já que oferecia muito espaço para o ataque flamenguista, mas Chamusca optou por manter a formação por mais um tempo. Logo no primeiro minuto de jogo, Arthur conseguiu finalizar, dando a impressão de que a postura do Vovô estava diferente. Não deu tempo de observar. Aos 7 minutos, Vinícius Júnior começou e terminou a jogada do segundo gol.
O Ceará sentiu o golpe e o técnico agiu. Lançou Wescley e Rafael Carioca em campo, retornando ao esquema que tinha usado no empate contra o São Paulo. Os cariocas até diminuíram o ritmo, mas as investidas do time cearense continuavam infrutíferas.
Mesmo aumentando o poder ofensivo, colocando Roberto no lugar do zagueiro Tiago Alves, o Alvinegro não logrou êxito e ainda sofreu mais um gol, marcado por Diego, de cabeça, que extravasou na comemoração, correndo o campo todo e indo abraçar a torcida, em reflexo do momento de pressão que o time vive. O Flamengo é líder com 7 pontos. O Ceará é vice-lanterna, com 1 ponto.
PÚBLICO
Número de pagantes no Castelão foi de 51.952, maior que a quantidade de torcedores que pagaram para ver Flamengo 2x0 América-MG (47.715) na rodada passada
FICHA TÉCNICA
SÉRIE A 0X3
Ceará
3-5-2: Everson, Valdo, Tiago Alves, L. Otávio; Arnaldo, Richardson, Reina (Wescley), Juninho, Romário (Rafael Carioca); F. Azevedo, Arthur
Técnico: Chamusca
Flamengo
4-3-3: D. Alves, Rodinei, Réver, Juan, Renê; Cuéllar (Jonas), Diego, L. Paquetá (Jean Lucas); Everton Ribeiro, H. Dourado (Lincoln), Vinícius Júnior
Técnico:Maurício Barbiere
GOLS
41min/1° T - Cuéllar dá passe preciso para Vinícius Júnior, que encobre Everson com apenas um toque.
07min/2º T - Rodinei vai a linha de fundo e rola para Vinícuis Júnior só desviar para o gol
25min/2º T - Após escanteio, Paquetá desvia na primeira trave e Diego completa de cabeça pro gol
Local - Castelão, em Fortaleza-CE
Data - 29/4/2018
Horário - 16 horas
Árbitro - Anderson Daronco(RS)
Assistentes - Rafael da Silva Alves (RS) e Elio Nepomuceno Junior (RS)
Cartões Amarelos - Luiz Otávio (CEA), Diego (FLA)
Renda: R$ 1.636.160,00 Público - 52.952
(51.952 pagantes)
ANÁLISE
CEARÁ PRECISA DE MAIS FORÇA
Ainda que tenha jogado em casa, com grande apoio dos torcedores, o Ceará não conseguiu incomodar o Flamengo na Arena Castelão.
A derrota por 3 a 0 retratou a diferença técnica entre os elencos. O Alvinegro voltou a falhar ofensivamente - segue sem marcar na Série A após três rodadas. Desta vez teve um outro componente relevante na partida: foi envolvido no seu sistema defensivo e viu o Flamengo atuar com muita tranquilidade.
A equipe do Rio de Janeiro foi melhor em tudo. Teve mais posse de bola (53% a 47%), fez menos faltas (12x18), finalizou 17 vezes contra 8 do adversário, trocou mais passes e desarmou mais. Os três pontos ganhos foram incontestáveis, com controle de jogo perene.
É evidente que a missão essencial do Ceará é permanecer na primeira divisão. Richardson, que voltava ao time titular, fez questão de lembrar dessa realidade assim que os repórteres chegaram para entrevistá-lo após a partida. Um dos líderes do elenco, o volante elogiou a força do adversário e se mostrou conformado com a derrota, mas assim como é importante ter os pés no chão nas vitórias, encarar a realidade nas duras derrotas é essencial. Ainda restam 35 jogos. Os atletas têm que reagir e a comissão técnica também, mas a diretoria guarda papel fundamental: é preciso deixar o elenco mais forte.
FERNANDO GRAZIANI
fernandograziani@opovo.com.br