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Biometria nos estádios cearenses: quem paga a conta?
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Biometria nos estádios cearenses: quem paga a conta?

Biometria implantação de um sistema de identificação de torcedores nos estádios é sonho antigo no futebol Cearense, mas investimento para obtê-lo custa caro
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A identificação dos torcedores cearenses que frequentam os principais estádios de futebol da capital, Castelão e Presidente Vargas, voltou a ser debatida durante a semana, impulsionada pela Chacina do Benfica, que teve vítimas e suspeitos de execução ligados a torcidas organizadas.

 

Governo do Estado e Prefeitura reuniram dirigentes de Ceará e Fortaleza, representante do Ministério Público do Estado e autoridades de segurança pública para debater e rapidamente anunciaram a implantação de um cadastro biométrico facial, com utilização da base de dados do Bilhete Único e dos programas de sócios dos dois clubes. Duas questões importantíssimas, no entanto, não foram discutidas: prazos e custeio.


A proposta de identificação existe desde 2010, quando a Federação Cearense de Futebol (FCF) lançou a ideia do “Torcedor Cidadão”, que se resumia em um cadastro de membros de torcidas organizadas para emissão de cartões com os dados dos torcedores para serem apresentados nas catracas. A execução sempre esbarrou em quem pagaria a conta. E com modernos leitores biométricos, um investimento de aparelhagem nos estádios se faz necessário.

[SAIBAMAIS]

Não custa barato. Hoje três praças esportivas no Brasil possuem o sistema de biometria. A Arena da Baixada, do Atlético-PR, ao contrário dos estádios da Arena Grêmio e do Beira Rio (Internacional), ambos em Porto Alegra, é a única com a tecnologia disponível em todos os setores. A administração do estádio, que foi visitado pela reportagem, não revela quanto custou a implantação total da biometria, mas O POVO apurou que uma catraca com leitor de digitais custa entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. Adaptando esse número para o Castelão, que possui hoje 152 catracas, seria necessário investir entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões (utilizando os dois valores como base) apenas para tornar viável o reconhecimento. O estádio precisaria ainda de uma rede de fibra ótica para acessar os dados da base (no caso, do Bilhete Único).


A tecnologia de reconhecimento facial, que foi a proposta para os estádios cearenses, tende a ser ainda mais cara. “Essa parte financeira vai ser estudada ainda. Na terça-feira, 20, teremos um reunião na Secretaria do Esporte onde vamos apresentar o projeto do Torcedor Cidadão atualizado. Acreditamos no cadastro para cerca de um mês, podemos começar com o cartão do torcedor”, disse o presidente da FCF, Mauro Carmélio, sem especificar quem paga a conta. “Entendo uma parceria público-privada, mas isso é o de menos”, esquivou-se.


O POVO ouviu os presidentes de Ceará e Fortaleza, que afirmaram não ter condições de bancar nada do projeto. Já o promotor do MPE-CE, Edvando Elias de França, disse que é prematuro falar de datas, pois tudo ainda está no campo das ideias.

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